A Nokia acredita que as operadoras de telefonia podem desempenhar um papel de liderança no mercado de serviços de automação residencial, aproveitando o fato de oferecerem a conexão à Internet em casa e de já terem uma relação estabelecida com o consumidor, algo que as start-ups desse mercado ainda almejam. Por isso, a empresa desenvolveu uma solução chamada Nokia Smart Home, cujo propósito é auxiliar as teles nessa empreitada.
A Nokia Smart Home é composta por três produtos: um gateway residencial que opera com os padrões de comunicação sem fio Wi-Fi, ZigBee e Z-Wave, para funcionar como um concentrador de todos os aparelhos de automação instalados na residência; um aplicativo móvel para o consumidor final controlar sua casa remotamente; e um conjunto de aplicações de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) para residências.
A fabricante finlandesa de infraestrutura de telecomunicações prevê que as teles podem construir uma oferta de "quintuple-play", com cinco tipos de serviços: Internet fixa, telefonia fixa, telefonia móvel, TV e, agora, serviços de automação residencial. A empresa estima que as teles poderiam ter um aumento de US$ 10 a US$ 20 em sua receita média por usuário se entrarem no mercado de casas inteligentes.
Análise
A ideia de desenvolver soluções que concentrem vários serviços de casas inteligentes está sendo trabalhada por outros players. A Apple, por exemplo, anunciou esta semana o Home, novo app que virá embarcado no iPhone e que promete funcionar justamente como um portal para todos os serviços de automação residencial construídos com seu framework HomeKit, e que até então precisavam ser operados separadamente. Neste caso, a operadora que provê a conexão à Internet na casa é apenas… uma provedora de banda larga. Ou seja, um cano para o tráfego de dados dos serviços de automação residencial instalados na residência.
Para atuarem nesse mercado, as teles precisam tirar proveito justamente do seu diferencial: a infraestrutura de banda larga, oferecendo serviços com preços que já incluam o tráfego de dados, o que, no caso de câmeras de segurança, por exemplo, poderia representar uma fatia significativa do plano mensal do usuário.