Para 57% dos 800 pais e mães de crianças com idades entre 2 e 12 anos que responderam uma pesquisa da Miner & Co Estúdio, seus filhos preferem assistir ao conteúdo de vídeo em qualquer dispositivo móvel, exceto o televisor. A Internet é a principal responsável por essa mudança comportamental. Se os aparelhinhos como smartphones e tablets já são a primeira tela para uma parcela considerável da população, o segundo passo é torná-los ferramentas de disseminação usuário para usuário.
O fenômeno das transmissões de vídeo ao vivo via web iniciada com o Periscope abriu portas para o que hoje é chamada de Nova TV. Em seu encalço, diversas empresas apostam na fórmula – o SnapChat e o Facebook Live entre as mais recentes e bem sucedidas. Por meio dessas alternativas, qualquer pessoa com um celular conectado à Internet pode transmitir em tempo real suas atividades para quantos seguidores estiverem dispostos a assistir.
Essa transição pode ocorrer nos próximos meses ou anos, mas a convivência entre meios de comunicação tão similares e, ao mesmo tempo, tão distintos como o mobile e a TV já gera mudanças notáveis. Quantas pessoas hoje preferem assistir filmes e séries via streaming (como Netflix) do que pela TV aberta? Quantas famílias estão trocando a assinatura da TV a cabo com 500+ canais por um plano mais restrito, mas com um pacote de Internet robusto? Qual é o motivo de as operadoras estarem tentando mudar as regras da banda larga fixa no Brasil?
Se a adaptação é a regra básica da humanidade – aplicada aos mercados, à economia, à sociedade como um todo –, o consumo também deve se adaptar ao tipo de conteúdo gerado e ansiado pelas audiências. Se vivemos na era do faça você mesmo, nada mais justo do que as empresas de comunicação, tecnologia e criação providenciarem as ferramentas alinhadas a esse conceito.