A start-up do aplicativo Figure 1 (Android e iOS) lançou recentemente sua versão em português com foco em seu sexto maior mercado, o Brasil. O app, que funciona como uma espécie de “Instagram da medicina”, permite que médicos e estudantes de medicina possam compartilhar experiências através de imagens publicadas na rede social.

“Antes mesmo do lançamento do Figure 1 em português o Brasil já representava nossa sexta maior comunidade, o que nos motivou a disponibilizar o aplicativo no idioma para torná-lo ainda mais acessível para nossos membros brasileiros”, disse Cynthia Killner, diretora de marketing da start-up na América Latina.

O aplicativo foi criado em 2013 por Joshua Landy, sócio-fundador e Chief Medical Officer (CMO) da plataforma. Atuando como médico plantonista, ele percebeu durante um plantão em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a necessidade de criar uma comunidade para médicos debaterem e compartilharem casos clínicos que vivenciam diariamente e que protegesse a identidade dos pacientes.

Presente em mais de 190 países, Figure 1 possui em sua comunidade mais de 1 milhão de profissionais de saúde com mais de 10 mil usuários conectados simultaneamente a qualquer hora do dia. Ao todo, as imagens de casos médicos do Figure 1 já foram vistas mais de 1,5 bilhão de vezes.

“Todos os dias, médicos compartilham e discutem milhares de casos clínicos – incluindo alguns que provavelmente não teriam a oportunidade de ver em sua prática diária. Isto os ajuda a expandir sua experiência de forma mais rápida”, afirma Killner.

Gratuito, o aplicativo da start-up de mobile health ainda não possui planos de monetização. A executiva explica que o principal objetivo da empresa é o crescimento de sua base de usuários. Enquanto não gera lucro, a start-up vive com aportes financeiros da Union Square Venture: US$ 4 milhões recebidos em 2014 e mais US$ 5 milhões em 2015.

Como funciona

Com o seu smartphone ou tablet, um médico pode tirar fotos, usar ferramentas de edição para ocultar a identidade de um paciente e utilizar um termo de consentimento com assinatura digital – adaptado à legislação do Brasil – para compartilhar o caso na comunidade.

Em questão de minutos e em uma linguagem simples, o estudo clínico pode ser compartilhado na comunidade, muito mais rápido em comparação às atuais revistas médicas que publicam os estudos de caso. Além disso, profissionais da saúde podem usar a função ‘Paging’ para acionar especialistas e receber um suporte instantâneo.

Como parte do controle de privacidade, as postagens são revisadas e aprovadas pela equipe de moderação – composta por profissionais de saúde – para garantir o cumprimento das regras e o valor do conteúdo e das conversas.

Crescimento no meio universitário

Cynthia Killner afirma ainda que 65% dos estudantes de medicina dos Estados Unidos já usam o Figure 1 e eles seriam um dos principais meios de crescimento do Figure 1 para os próximos anos. Sem abrir números, ela ressalta que no Brasil são “milhares” de estudantes e alguns deles já se destacam no programa de embaixadores acadêmicos, representando o app em eventos e ligas acadêmicas.

Para estimular o crescimento do app, a equipe da start-up fez parcerias para receber perfis institucionais de universidades e hospitais conceituados como Mount Sinai Hospital de Nova York, Cincinnati Children’s Hospital, Massachusetts General Hospital, University of Chicago, New York University e a Medical University of South Carolina.

Recentemente, o programa de treinamento por vídeo Grand Rounds foi adicionado ao Figure 1. Com conteúdo criado por instituições, mais de 1 milhão de profissionais de saúde puderam assistir a um transplante hepático (fígado) feito por médicos da Medical University of South Carolina.

 

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