O mercado de apps de táxi segue em ebulição, com uma novidade atrás da outra. A mais recente vem da Wappa (Android, iOS): o aplicativo, que até então atendia somente o mercado corporativo, decidiu se abrir para corridas solicitadas também por pessoas físicas. E não vai cobrar nada do taxista por essas chamadas. As formas de pagamento neste caso serão todas diretas com o motorista (dinheiro ou cartão de débito ou crédito na máquina portátil de POS). Ou seja, 100% da receita das corridas de pessoa física ficarão para o motorista. Uma atualização do app da Wappa com a nova opção já foi disponibilizada.
"Sempre tivemos demanda grande da nossa base de clientes que já usam o Wappa como ferramenta corporativa no dia a dia e que queriam chamar um táxi quando estivessem em um momento particular. A princípio resistimos, por causa do nosso foco no mercado corporativo, no qual queremos manter a liderança. Mas agora consideramos que chegou a hora de fazer esse movimento, pois já temos uma base grande, com 4 mil empresas clientes e milhares de usuários diários", relata Armindo Mota Jr, CEO e fundador da Wappa.
MOBILE TIME já havia adiantado em fevereiro passado que a empresa faria esse movimento. "Já estava tudo pronto. Apenas esperamos o momento mais estratégico para lançar, agora que os taxistas estão perdendo corridas para carros particulares e sendo cobrados por corrida em dinheiro em outros apps. Queremos ser o app preferido dos taxistas. Queremos que eles monetizem mais conosco e priorizem as corridas do Wappa", acrescentou.
A Wappa conta hoje com 80 mil taxistas cadastrados em todo o Brasil e registra quase 400 mil corridas corporativas por mês. Até o final do ano, o executivo espera chegar a 600 mil corridas corporativas por mês e um volume entre 60 mil e 100 mil solicitadas por pessoas físicas mensalmente. Mota Jr. estima que a receita da companhia este ano chegará perto dos R$ 30 milhões. Em 2015 foram R$ 17 milhões.
Carros particulares
Nas últimas semanas, Easy e 99 anunciaram suas entradas no mercado de corridas com carros particulares, com os serviços Easy Go e 99POP. A Wappa ainda não tem uma decisão tomada a esse respeito. "Estamos analisando com muita cautela, porque não queremos perder a nossa identididade. Primeiro é preciso entender se existe essa demanda no mercado corporativo", explica Mota Jr. Embora o custo seja um fator importante na equação, o executivo lembra que os táxistas têm vantagens, como a circulação em corredores exclusivos e o fato de serem motoristas profissionais, que conhecem a cidade. Além disso, outra preocupação das empresas clientes em relação à realização de corridas corporativas recorrentes em carros particulares é que isso poderia gerar um problema de ordem jurídico-trabalhista, com o risco de algum motorista alegar vínculo empregatício, argumenta.