Pouco mais de um ano após o lançamento do seu primeiro smartwatch, a Motorola trouxe o seu segundo vestível, Moto 360 Sport. Com um formato mais esportivo em comparação ao primeiro modelo que tentava ter um aspecto de relógio clássico, o novo relógio aproveita seu GPS embarcado e foca bastante na associação com apps de corrida (Fitbit, MapMyRu, Strava e Under Armour Record), algo que faz o mais sedentário entre os sedentários brincar de atividade esportiva. A precisão e a interação com o usuário melhorou bastante em relação à primeira versão. Ele consegue realmente acompanhar o dia a dia da pessoa, como trecho percorrido, frequência cardíaca, ritmo e tempo de cada volta feita durante exercício.

Os desafios que o relógio vai impondo ao usuário são interessantes. Ele alerta, por exemplo, quando “faltam 100 passos” ou “mais 1 hora de caminhada” para você atingir sua meta diária. Vale frisa que, a tecnologia de proteção contra poeira e água IP67 ajuda a evitar desgaste com suor. E a pulseira de silicone que é bem confortável.

Tela

O display do relógio Moto 360 Sport está bem melhor em comparação ao Moto 360. A resolução do modelo anterior era de 205 ppi e a atual é de 263 ppi. Com isso ele ficou mais colorido e vivo, além disso, a tela Anylight se adapta a qualquer tipo de ambiente. Não parece uma função importante, mas era um dos grandes problemas do primeiro relógio inteligente. Por exemplo, em uma conversa com alguém a tela do relógio brilhava a cada mexida. Ou, assistindo a um filme no cinema e com uma mensagem de texto recebida, aquela luz da tela explodia na escuridão.

O tamanho do display diminuiu de 1,5 polegada para 1,37 polegada. Um tamanho relativamente grande para pessoas acostumadas com relógios tradicionais (corda, quartzo ou digital). Contudo, quem curte modelos mais esportivos não vai encontrar problema em usá-lo. Aliás, os esportistas até vão se sentir mais à vontade com o Moto 360 Sport em relação a alguns modelos grandes com GPS, vide aqueles da linha Forerunner da Garmin.

Bateria

Como é padrão no MOBILE TIME, fizemos os testes com o dispositivo durante três meses e vimos o mesmo problema do passado: a bateria acaba muito rápido. Além disso, a tecnologia de carregamento por indução – que precisa estar conectada à tomada – é boa e inovadora, mas depois de um tempo complica. Antes, o Moto 360 possuía uma bateria dura com 320 mAh e duração média de um dia. Agora, a bateria de apenas 300 mAh consegue se estender para um dia e meio. A Lenovo tentou compensar com um software que economiza mais a bateria. Contudo, esse é um problema de quase todo relógio inteligente, com exceção do wearable Peble que não é vendido oficialmente no Brasil.

Em alguns momentos, a bateria do relógio terminava e estava longe do carregador. Não existe nenhum mecanismo de recarga portátil, como acontece hoje com os smartphones e os Power Banks. É algo que a Lenovo precisa pensar para o futuro.

Aplicativos

Por ser um smartwatch com sistema operacional Android Wear. São diversas as opções de mostrador para o relógio (watch faces). Mas parece que avançou apenas para apps de fitness e de ponteiros. Ainda sinto falta de aplicativos que ajudem no cotidiano e que consigam mais interação por toque, afinal a tela do relógio é touchscreen.

Até encontrei jogos (PaperCraft e Power of Two) que usam a tela e outro apps de “to do list”, mas todos em estágio inicial. Os apps para wearables Android Wear ainda dependem muito da relação com o smartphone.Tanto Google como as fabricantes desses dispositivos precisam incentivar um ecossistema de desenvolvedores para os wearables, se realmente desejam avançar nessa linha. Do contrário, o usuário vai sentir-se frustrado. 

Pelo lado positivo, os aplicativos tradicionais como Facebook, Outlook e WhatsApp funcionaram muito bem para leitura de mensagens e envio de texto por voz.

Performance e preço

Diferentemente do primeiro modelo de relógio conectado, a Lenovo trocou o processador TI OMAP 3 do Moto 360 para um Qualcomm Snapdragon 400 com 1.2 GHz – mais parrudo. Como resultado, o relógio não esquenta em sua base e sua resposta é muito mais ágil e precisa. Em memória, o dispositivo continuou com 4GB de espaço interno e 512 MB de RAM.

Quanto ao preço, ele passou de R$ 899 no lançamento do Moto 360 em agosto de 2014 para R$ 1.999,99 com a chegada do smartwatch esportivo no começo deste ano. O valor pode assustar o usuário, mas alguns pontos devem ser ponderados antes da compra. Para um usuário de relógios esportivos, que pratica esporte com frequência, possui um smartphone Android e não quer gastar mais de R$ 3,5 mil em um wearable, o Moto 360 Sport pode ser uma alternativa razoável. Seus rivais diretos, Apple Watch custa mais de R$ 3 mil e só funciona com iOS; e o Samsung Gear S2 é mais barato, mas seus sistema operacional é o Tizen, tem poucos apps e não possui GPS embarcado.

Agora, para pessoas que buscam por um relógio com formato mais tradicional e inteligente, Moto 360 Sport não é a melhor opção. O ideal é comprar a versão anterior do relógio ou o Gear S2 Classic. Ainda deve-se levar em consideração que a Lenovo foi a única grande empresa a lançar um relógio conectado no primeiro semestre no Brasil.

Com a crise, não devemos ter muitos modelos de smartwatches em 2016. Samsung poderá lançar Gear S3 neste segundo semestre, mas não é confirmado. E vale frisar que a o Google já lançou app do Android Wear para iOS, ou seja, os usuários de smarwatches Android podem parear seus relógios com iPhones – uma alternativa bem mais barata que o Apple Watch.

 

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