O DogHero (Android, iOS), serviço de hospedagem para animais de estimação que funciona como uma espécie de AirBNB para bichos, registrou 45 mil noites de estadia nos últimos três meses. O volume vem crescendo 25% ao mês em média nos últimos 12 meses e seus fundadores esperam que em 2016 o DogHero fique 10 vezes maior do que foi em 2015 inteiro.
Na prática o DogHero serve como uma alternativa aos hotéis para cachorros. Quando alguém precisa viajar e não tem com quem deixar seu cão, basta procurar no aplicativo por um anfitrião para hospedá-lo. Para cada anfitrião há uma descrição da sua família e do ambiente onde o animal será hospedado. São 5 mil anfitriões disponíveis em 400 cidades brasileiras. Todos passam antes por uma rigorosa avaliação para serem aceitos no DogHero. Segundo a empresa, somente 20% dos candidatos são aprovados.
Cada anfitrião descreve em sua página dentro do aplicativo como é a sua relação com animais e como é o ambiente para receber os hóspedes. São fornecidas informações relevantes para a tomada de decisão do cliente, como por exemplo: se há área externa na residência; se há crianças na casa; se há fumantes; se o pet pode subir no sofá ou na cama etc. A maioria dos anfitriões tem cachorro em casa. Os que não têm precisam comprovar que já foram responsáveis por um cão, ou seja, que têm alguma experiência no assunto.
O preço por noite é definido livremente pelo anfitrião. A reserva e o pagamento são feitos através do aplicativo, com cartão de crédito. O DogHero fica com 25% do valor e repassa o restante dois dias úteis depois de encerrada a hospedagem.
"Somos mais baratos que um hotel para cachorros. Queremos criar uma rede de amigos, ou 'heróis', para os pais de cachorros que precisam de uma solução quando vão sair para jantar ou viajar", diz Fernando Gadotti, um dos sócios-fundadores da start-up.
Clientes
O perfil médio do cliente da DogHero são pessoas na faixa dos 40 anos e que vivem em grandes cidades."Nossos clientes veem seus cachorros como filhos, como membros da família", descreve Gadotti. Uma pesquisa realizada pela empresa com 5 mil clientes revela que 51% deles assistem televisão com os cães; 71% dormem com seus pets na mesma cama; e 93% preferem a companhia dos animais do que sair para a balada com amigos.
Embora seja focado em cachorros, como o próprio nome sugere, nada impede que o serviço seja usado para a hospedagem de outros bichos. Até um jabuti já foi hospedado em São Paulo, revela o empreendedor.
Novos serviços
A proposta do DogHero no futuro é ser uma central de serviços para pets, na qual hospedagem será apenas mais um deles. Há planos de incluir outros, como passeio para cães e pet-sitting (o cuidador tomaria conta do cachorro na casa do cliente). Novos serviços devem ser adicionados dentro de 12 a 18 meses.
A start-up também estuda uma possível expansão internacional pela América Latina, tendo como foco inicial Argentina, Colômbia, México e Peru.
Em operação desde agosto de 2014, o DogHero já passou por uma rodada de investimentos série A, tendo recebido um aporte do fundo Kaszek Ventures, o mesmo que já investiu em outras start-ups brasileiras bem conhecidas, como Nubank e GuiaBolso.
Eduardo Baer e Fernado Gadotti, fundadores do DogHero, com Thor, o primeiro hóspede do serviço