Nove em cada dez brasileiros já tem um celular, sendo que 57% da população possui smartphone. Um ano atrás eram 49%, informa a Kantar Worldpanel Comtech. Os números revelam que ainda há um mercado a ser explorado, mesmo com a crise econômica.

“A posse (de smartphone) é maior nas classes mais altas”, diz Danielle Rossi, gerente de contas da Kantar e responsável pela pesquisa. “Em contrapartida, vemos uma redução nos números de linhas fixas. Mesmo na classe D e E perdemos dez pontos percentuais em linha fixa desde 2009”.

Em 2009, 27% dos usuários da classe D/E tinham linha fixa, isso caiu para 17% em 2015. Por outro lado, os celulares já alcançam 91% desses consumidores, ganhando em seis anos 18 pontos percentuais. Na classe C as linhas fixas caíram 52% para 38% e os celulares subiram de 80% para 94%. Na camada mais alta da população, classe A/B, as linhas fixas caíram de 80% para 68%, e os smartphones cresceram de 91% para 95%.

Além do crescimento de linhas móveis ante fixas, o uso do Wi-Fi também cresceu. Com um aumento de 40 pontos percentuais, o Wi-Fi teve 62% de penetração. Como consequência, o gasto médio do brasileiro com telefonia (ARPU) caiu entre os usuários de smartphones, de R$ 63,54 no segundo trimestre de 2014 para R$ 57,65 no mesmo período de 2016.

Por outro lado, surpreendentemente, houve crescimento no ARPU entre os clientes de feature phones, que subiu de R$ 45,83 para R$ 47,31.

Os donos de handsets com valores entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil passaram de 8,5% em 2014 para 13,7% no segundo trimestre de 2016; aqueles com aparelhos acima de R$ 1,5 mil passaram de de 4,5% para 8,2%. E smartphones entre R$ 500 e R$ 1 mil ainda dominam, com 81% do mercado.

A análise da Kantar demonstra que o 4G passou de 7,7% de penetração em dezembro de 2015 no Brasil para 13,5% em junho de 2016. Já o 3G mudou de 46,6% para 48,7%.

Preferências do usuário

A pesquisa da Kantar se baseia em dados de 27 mil pessoas que representam um universo de 140 milhões de brasileiros, aproximadamente 70% da população do País e 90% de seus consumidores ativos. Com foco no mercado nacional, ela demonstra que “marca” é o principal diferencial para 43% dos usuários que querem comprar um smartphone, seguido por "design" 19%. Em feature phones, os usuários pedem por celulares mais fáceis de usar (23%) e com preços baixos (19%).

“Os usuários novos buscam preço e facilidade de uso. Esses entrantes são em sua maioria os mais idosos, junto com a classe financeira mais baixa”, ressaltou Rossi. “Isso é algo que a própria indústria podia trabalhar melhor. Ou seja, não só aplicativos para essa população, mas handsets”.

Dentre os motivos que as pessoas dizem não ter um smartphone, 71,8% reclamam que o preço do aparelho é muito alto; 70,9% pesquisam tarifas antes de comprar e 62% não entendem a diferença entre o smartphone e o feature phone. Outro conceito analisado pela empresa é a troca de smartphones: 74% dos donos de celulares feature phones indicaram a intenção de troca em período superior a um ano. A tendência entre os proprietários de smartphones é de possuir um novo smartphone em um prazo mais curto.

 

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