Não basta para um chatbot entender tudo (ou quase tudo) o que o consumidor escreve em uma conversa dentro de um aplicativo de comunicação instantânea. Para ter sucesso, é importante também que esse robô tenha personalidade e consiga cativar seu interlocutor. Essa é a aposta do Grupo Artplan, que criou uma unidade de negócios dedicada a chatbots unindo recursos humanos da sua empresa de experiência e soluções digitais, a Outra Coisa, e da sua agência de publicidade, a Artplan. A unidade de negócios, batizada como Heartframe BOTs, nasce com 15 funcionários, incluindo três redatores publicitários.
"É o retorno do redator publicitário. Acho que vai fazer total diferença no mundo dos bots. As outras experiências que vemos por aí ainda são muito duras, porque é a turma da tecnologia que está puxando esse barco", comenta Fernando Tchê, cofundador da Outra Coisa.
Para testar, a empresa já botou no ar um chatbot em sua página no Facebook. É um robô que identifica músicas, tal como o Shazam. Basta mandar uma mensagem de áudio com o trecho de uma música e ele a identifica. No diálogo com o usuário, esse chatbot utiliza uma linguagem descontraída, incluindo alguns emojis entre as frases.
"As pessoas abrem suas vísceras num app de conversa. São mais espontâneas, mais emotivas. E essa emoção não pode ser perdida quando se conversa com um bot", justifica Tchê.
O primeiro passo é entender qual o objetivo do cliente com o chatbot e qual será o perfil do público com o qual vai conversar. A partir daí, é elaborada a personalidade do bot. E só depois é feita a decisão técnica sobre quais APIs acoplar ao robô, aproveitando aquelas disponíveis no mercado.
Um primeiro case comercial de chatbot criado pela unidade de negócios será lançado na semana que vem, inicialmente para o Telegram. O nome da marca ainda não pode ser divulgado.