O Banco Santander teve um aumento superior a 100% nas transações por seu aplicativo mobile durante o período de greves dos bancários, revelou Ivan Nevado, superintendente de canais eletrônicos da instituição. Esse crescimento dos serviços bancários mobile durante a paralisação que completa 30 dias nesta quarta-feira, 5, demonstra que os serviços digitais se tornam uma alternativa viável em situações sem a operação física.

“O cliente hoje é 24×7. Tentamos deixar mais tangíveis os canais que o cliente acessa”, disse Nevado durante passagem pelo Fórum Mobile+, nesta quarta-feira, 5. “Estamos tentando transformar o mobile no foco da vida do cliente. A intenção é que tenhamos todos os produtos na palma da mão.”

O executivo do Santander ressaltou que o atendimento ao vivo nas agências não vai desaparecer. Para ele, será um atendimento mais “humano” e passará a ter um foco mais próximo a “consultoria, assessoria e negócios” do cliente.

Para Joaquim Venâncio, líder de produtos digitais do Banco do Brasil, a greve também fez subir as transações digitais, mas a quantidade não foi tão relevante como entre os clientes do Santander. De todo modo, a proposta do seu banco para o cliente digital condiz com a visão do seu concorrente. Ele cita como exemplo o processo que o BB faz para transformar agências físicas em escritórios para atender seus correntistas.

João Vitor Menin, CEO do Banco Intermedium, aposta no formato de democratização bancária. Em especial, no fato de sua empresa não cobrar taxas de seus clientes. “Acreditamos que o valor gerado com essa eficiência pode ser dividido entre o usuário e as empresas”, frisou Menim.

Bancos x Fintechs

Reunidos em um painel, os executivos debateram a chegada das fintechs e o crescimento delas no mercado. O CEO do Banco Intermedium ressaltou que existe uma “guerra” entre bancos e fintechs pelo mercado bancário.

“Nós temos escutado muito essa questão de bancos x fintechs. O vencedor desse duelo é o cliente”, acredita o CEO. “O mercado é enorme e tem espaço para todos. Não é questão de roubar market share. O ideal é ter mais parcerias entre bancos e fintechs”.

Por sua vez, Venâncio entende que bancos e empresas de tecnologia para finanças vão competir e coexistir. “Nós vamos conviver com as fintechs. No BB não vemos como guerra, mas um novo player chegando. Como foi o caso das adquirentes”, disse o executivo.

 

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