Há várias plataformas de construção de chatbots sendo lançadas no Brasil para trabalhar nos mais variados comunicadores instantâneos. A Blip, criada pela Take, é uma delas, mas conta com um diferencial sobre suas concorrentes: a integração com uma solução própria de SMS a cobrar. Ou seja, qualquer pessoa com um telefone celular, ainda que seja um feature phone com uma linha pré-paga e sem crédito, pode receber uma mensagem de uma empresa e respondê-la. A Blip, porém, não funciona apenas com SMS, mas com diversas plataformas de comunicação instantânea, pois sua proposta é ser omnichannel.
O chairman da Take, Daniel Costa, apresentou a plataforma durante o evento Bots Experience Day, organizado por Mobile Time esta semana em São Paulo. Ele lembrou que a empresa tem longa experiência com bots em mobilidade, pois programou um para a venda de ringtones por SMS, 15 anos atrás. As pessoas escreviam o nome do artista ou da música e mandavam por mensagem de texto para um número da Take. Em seguida, o robô precisava entender o que se pedia, ainda que houvesse erros de grafia, e oferecer o download do ringtone em questão. "Em 2001 a gente já fazia bot para venda de ringtones. Chegamos a registrar 250 mil transações em um dia. Em 2002 vendemos mais músicas que a Apple", recorda.
A Take começou a sua história como uma empresa de ringtones. Agora, uma de suas grandes apostas são os chatbots. "O messaging é novo paradigma", afirma Costa. Ele destaca a grandiosidade no Brasil de três mercados impactados por chatbots: os call centers faturam por ano R$ 45,6 bilhões; as operadoras de telefonia, R$ 70,5 bilhões; e o e-commerce nacional, R$ 45 bilhões.
"Se consigo mandar mensagens para amigos, por que não consigo mandar para empresas?", pergunta Costa. O executivo acredita no conceito de "contatos inteligentes", segundo o qual as empresas passarão a ser contatos na agenda telefônica dos consumidores, que poderão conversar com elas através de variadas plataformas de comunicação instantânea, sendo atendidas do outro lado por chatbots ou por humanos, dependendo da complexidade da demanda.