A Internet das Coisas (IoT) é o assunto do momento para fornecedores e operadoras, mas não necessariamente é um futuro definido no horizonte no Brasil. A diretora de novos serviços da Algar Telecom, Zaima Milazzo, entende que há um "momento de dúvida" no setor em relação à monetização dessa nova área. "A gente sabe que eficiência operacional vai aprender, mas tem que ver como a cadeia de valor vai distribuir; precisamos trabalhar em parceria e descobrir qual o ecossistema adequado para cada uma das oportunidades", declarou ela durante debate nesta terça-feira, 18, na Futurecom, em São Paulo.

Para o diretor de Indústria, Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, José Gontijo, o cerne da IoT não é monitoramento e sensoriamento, mas a informação gerada e a forma como é tratada e utilizada. "Será onde estará o grosso do dinheiro", estima, ressaltando ser necessário que isso seja tratado "com carinho" pelo empresariado e pelo governo. Gontijo cita como exemplo de potencial de crescimento o uso em agricultura média e familiar. "Juntas são parcela grande da produção nacional. Se crescer ali, avança tudo, inclusive o PIB."

Para o CTO da TIM, Leonardo Capdeville, a IoT é uma "fronteira natural" para o setor, que deverá lidar com um potencial acima das expectativas. Porém, é preciso chegar lá com a Internet antes. "Temos o desafio no Brasil de como fazer isso de forma real e com qualidade. A IoT vai acontecer uma vez que a conectividade chegue primeiro lá", comentou.

O importante é criar um ambiente regulatório e operacional adequado para esse novo modelo. "Se seguirmos na mesma linha de como conectamos pessoas, os modelos de negócio e regulação não param em pé", rebate o vice-presidente do grupo de negócios de operadoras da Huawei, Márcio Costa da Silva.

 

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