As redes sociais propiciaram o nascimento de novas celebridades. São "instagrammers", "youtubers", "snapchatters" e afins com milhões de seguidores. Muitos conseguem gerar receita fazendo algumas publicações patrocinadas, embora isso nem sempre seja permitido pelos termos de serviço das redes sociais utilizadas. A agência Novos Elemento acredita que as celebridades da Internet podem ganhar mais dinheiro se construírem apps próprios em Android e iOS para a distribuição de conteúdo exclusivo para assinantes. A empresa desenvolveu uma plataforma para essa finalidade. Entre as primeiras a aderirem, há cerca de um ano, estão Adriana Sant'Anna e Fernanda D'Ávila, cujas contas no Instagram têm 2,1 milhões e 1,1 milhão de seguidores, respectivamente. Adriana fala de moda e da vida materna, enquanto Fernanda trata de fitness. A modelo Nicole Bahls também lançou recentemente seu app com a Novos Elementos. Os próximos serão o produtor musical Daniel Figueiredo, responsável pelas trilhas sonoras das novelas da Record, e a pastora Bianca Toledo.
"Observávamos que várias celebridades geravam conteúdo interessante nas redes sociais sem nenhum tipo de retorno. E muitos dos seus fãs gostariam de ter acesso a conteúdo exclusivo, fora do Instagram ou do Facebook", relata Celso Fortes, CEO da agência.
O resultado são apps nos quais a celebridade controla quando, como e de que forma o conteúdo aparece, podendo usar notificações push para fomentar o acesso. As contas nas redes sociais passam a ser usadas para a transmissão de conteúdo com caráter mais institucional, enquanto aquele de cunho pessoal fica exclusivamente no app, para assinantes. Adriana Sant'Anna, por exemplo, revelou o sexo do seu bebê em primeira mão no app. A monetização pode vir por meio de download pago ou de cobrança de assinatura mensal ou anual. Adriana cobra assinatura anual de R$ 13,90. Fernanda optou pela cobrança por download (R$ 9,90). A Novas Elementos ganha com o licenciamento de uso da plataforma, em um modelo de software como serviço, mas pode ser também parceira na receita com os produtos.
A concorrência nas lojas de aplicativos e a consequente dificuldade de "encontrabilidade" não preocupa, pois as celebridades já contam com uma grande audiência nas redes sociais. Claro que não são todos os fãs que migram para os apps. Geralmente é uma parcela entre 5% e 30% da base, diz Fortes. Segundo o executivo, a quantidade de seguidores não é decisiva para se fazer um app. O mais importante a se levar em conta é o engajamento da audiência. "No começo das redes sociais as pessoas estavam atrás de quantidade. Agora chegou o momento de procurar qualidade. Não adianta ter muito seguidor mas sem aderência", explica.
Outra vantagem para a celebridade é se proteger dos chamados "haters", pessoas que a ofende nas redes sociais. Esses agressores dificilmente invadem o espaço do aplicativo porque precisariam se identificar, além de pagar para ter acesso ao conteúdo. Outra diferença que os afasta é que os comentários são todos moderados pela própria celebridade ou por alguém da sua equipe.