O acidente entre um caminhão e um carros Tesla Model S teve o sistema autônomo como provável culpado pela batida, revelou o National Transportation Security Board (NTSB), órgão responsável por investigações de acidentes aéreos, navais, tubulares, ferroviários e rodoviários nos Estados Unidos.
Após um ano de investigações, um relatório da NTSB evidenciou que o programa Tesla Autopilot não identificou a aproximação do caminhão. Com isso, o carro não reduziu a velocidade e causou uma colisão que resultou na morte de Joshua Brown, motorista do veículo de passeio, em maio de 2016. Além disso, o documento mostrou que Brown usou a direção autônoma em uma estrada que não estava mapeada pelo sistema, e que ficou um grande período sem prestar atenção na pista, uma vez que o carro estava no piloto automático.
"Pessoas inteligentes em todo o mundo estão trabalhando para automatizar a condução, mas os sistemas disponíveis para os consumidores hoje, como o Autopilot da Tesla, são projetados para ajudar os condutores com tarefas específicas em ambientes limitados”, disse Robert L. Sumwhalt, presidente do conselho da NTSB. “Esses sistemas exigem que o motorista preste atenção o tempo todo e que possa assumir imediatamente quando algo der errado. Essas salvaguardas deveriam ter prevenido o motorista do Tesla de usar o sistema autônomo em certas rodovias”.
Sumwhalt completou sua fala sobre o relatório na última terça-feira, 12, ao dizer que a combinação entre a falta de salvaguardas no Autopilot e erros humanos resultaram em uma colisão fatal que “jamais deveria ter acontecido”. O relatório sobre o acidente serviu de base para a agência governamental criar sete recomendações de segurança. Essas regras foram enviadas para: duas montadoras com sistema autônomo nível 2 (SAE 2 – automação condicional), Alliance of Automobile Manufacturers, Global Automakers, Departamento de Transportes dos EUA e NHTSA (órgão que regula as estradas norte-americanas).
Em nota enviada ao The New York Times, a Tesla agradeceu ao NTSB por sua análise e disse que continuará avaliando as recomendações do órgão. “Nós vamos continuar com extrema transparência para os consumidores atuais e em potencial (da Tesla) ao afirmar que o Autopilot não é uma solução totalmente automática e que os motoristas precisam manter a atenção (na estrada) o tempo todo”, disse a empresa.
Desde o acidente, a Tesla modificou o sistema Autopilot para reconhecer melhor os objetos por meio dos sensores de câmera e radar. Outra função pede ao motorista que mantenha suas mãos no volante enquanto dirige. Três alertas são emitidos se o condutor tirar a mão do volante. Após o terceiro sinal o sistema não pode ser usado até o motorista parar e religar o veículo.