A Kik Interactive, empresa canadense criadora do aplicativo de mensagens Kik, levantou aproximadamente US$ 100 milhões com o lançamento de sua criptomoeda, a Kin, nesta quarta-feira, 27. A empresa realizou uma ICO (Initial Coin Offering), equivalente no mundo das criptomoedas a uma IPO no mundo das ações.10.132 pessoas de 117 países participaram da ICO. A nova criptomoeda foi implementada como um token ERC20 utilizando o blockchain da Ethereum.

A Kin será a moeda oficial dentro do Kik. A proposta é que seja adotada para a compra de serviços digitais na plataforma de mensageria. A ideia é atrair outros desenvolvedores e provedores de serviços digitais para comercializarem seus produtos através do Kik, o que poderá ser feito usando bots, por exemplo. Para fomentar a construção desse ecossistema, foi lançado um programa de recompensas, o Kin Rewards Engine. Parte do que foi arrecadado com a ICO será distribuído diariamente em pequenas porções para os parceiros que mais interagirem dentro da plataforma com a nova moeda.

A Kin será gerida de forma descentralizada, sob a supervisão de uma entidade sem fins lucrativos, a Fundação Kin, que será criada para essa finalidade.

O Kik é popular entre adolescentes nos EUA e no Canadá. A plataforma possuía 278 milhões de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês) no primeiro trimestre deste ano, de acordo com relatório do eMarketer. Para efeito de comparação, WhatsApp e Facebook Messenger possuem mais de 1 bilhão de MAUs cada.

Análise

A adoção de meios de pagamento dentro de aplicativos de mensagens é uma tendência internacional. Cada vez mais veremos transações financeiras acontecendo dentro desses plataformas, sejam pagamentos a marcas ou transferências de valores entre usuários finais. Mas a novidade do Kik tem uma importância ainda maior por ser a primeira vez que um app de mensageria lança a sua própria criptomoeda. Ao mesmo tempo, é a primeira vez que um aplicativo de uso massivo, com centenas de milhões de usuários ao redor do mundo, adota uma criptomoeda. Ou seja, trata-se de uma iniciativa importante para promover o uso de criptomoedas em geral junto ao consumidor médio, levando esse conceito para além das fronteiras dos usuários interessados no assunto. A popularização de criptomoedas, por outro lado, representa um desafio para bancos tradicionais e também para governos e seus bancos centrais, pois precisarão no futuro repensar o seu papel no controle de uma economia fragmentada em criptomoedas.

 

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