Tentando focar no desempenho operacional com o registro de lucro – pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2015 –, a Oi ressaltou durante a teleconferência realizada nesta terça-feira, 14, que o resultado mostra o potencial da companhia, mas que é necessário "virar a página" da Recuperação Judicial, mesmo com um caminho longo pela frente.
O presidente da empresa, Marco Schroeder, destacou que "os resultados mostram que a operação da Oi é rentável, mas concluir a RJ é fundamental para a companhia mudar o patamar estrutural” de rentabilidade e lucratividade, inclusive diante da necessidade de mais investimentos.
Outro aspecto apontado foi a geração de caixa positiva no terceiro trimestre (R$ 287 milhões), mas com alguns fatores que podem influenciar esse desempenho. De acordo com o diretor financeiro da companhia, Carlos Brandão, o primeiro semestre costuma ser de maior pressão no setor de telecomunicações por conta do pagamento de taxas reguladas e impostos (especialmente o Fistel, pago no final de março), enquanto a segunda metade do ano tem um prospecto mais positivo. "Olhando para o quarto trimestre, esperamos algo melhor, mas com algum impacto no pagamento de credores", declara.
A empresa já acertou com 27 mil credores, pagando um crédito total de aproximadamente R$ 196 milhões. O programa continua com o adiamento da assembleia geral de credores, agora prevista para o dia 7 de dezembro.
Recuperação judicial
Marco Schroeder destacou ainda os próximos passos da companhia até a AGC. "Obviamente imagino que (o adiamento da assembleia) seja na busca de consenso, no sentido que tenhamos um plano com o maior suporte possível, e o tempo tem que ser muito bem usado para buscar um plano equilibrado", diz. A intenção, como o executivo ressaltou diversas vezes, é "aprovar o plano e virar a página o quanto antes".
Schroeder procurou minimizar ainda o risco de uma eventual intervenção da Anatel na Oi. Ele diz que esse é um cenário "extremado" e impossível de vislumbrar. "Neste momento, é um cenário inexistente."
Sobre a conversa com investidores chineses, o executivo deixou claro que, embora tenham se reunido, não há ainda uma proposta formal ou sinal de que uma transação ocorra. Ele acredita que é necessário primeiro chegar a um acordo entre credores e acionistas, e só então buscar investidores. "Talvez em um segundo momento seria interessante a empresa estar com esses e outros investidores estratégicos", afirma. E diz que o interesse deixa claro a relevância e o potencial da Oi no mercado. "A companhia já exerce função estratégica no mercado e pode passar a ter papel ainda mais relevante, como na expansão da banda larga", avalia.