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O aplicativo Engie (Android, iOS) que consegue diagnosticar o carro e mostrar profissionais (mecânicos) que podem fazem manutenção e ajustes do veículo, chegou ao Brasil nesta quinta-feira, 30. De acordo com a CMO e cofundadora da empresa, a israelense Gal Aharon, o app pretende atingir 5% do mercado nacional em poucos meses, como aconteceu em seu país natal.

“Nós vemos o Brasil como uma grande oportunidade para o nosso mercado. Vocês têm mais 60 milhões de carros, sendo que a média de idade deles é de nove anos, ou seja, são veículos que precisam de manutenção”, explica a executiva. “Além disso, não existem soluções completas para a manutenção de carros ou carros conectados. E nós ajudamos a eliminar a desconfiança com o mecânico. Hoje dois terços dos motoristas no mundo todo (600 milhões) sentem pouca confiança quando vão a uma oficina”.

Entre os principais diferenciais da plataforma, a CMO explicou que o Engie consegue trazer até 35% de economia por usuário, uma vez que 95% deles conseguem cotar mais preços de serviços de mecânicos pelo app. Além do Brasil, a ferramenta já está em seis países (Israel, Estados Unidos, Inglaterra, Espanha e México) e possui 200 mil usuários que em média acessam o aplicativo seis vezes por mês. Outro motivo de destaque da ferramenta é que ela consegue mostrar dados não apenas do carro, mas também do mercado, para o usuário ter a noção de qual melhor carro que ele pode utilizar em seu dia a dia.

Como funciona

O Engie funciona em automóveis fabricados a partir de 2002 (2005 se movido a diesel). Com o app instalado, o usuário deve parear seu smartphone ao dispositivo OBD (plug que faz a análise do carro). Uma vez conectado – essa ligação deve ser feita com o motor do carro ligado – o OBD passa a transmitir as informações do carro para o app.

A análise do carro é feita pelo app em 30 segundos. Ele consegue mostrar desempenho do motor, aquecimento do radiador, consumo de gasolina e outros 10 mil problemas que podem surgir. Caso detecte uma falha ou necessidade de manutenção, o Engie alerta o usuário e mostra uma série de profissionais que podem consertar o veículo.

Questionada se essas informações são compartilhadas com terceiros, Aharon explica que não e que os dados coletados não são pessoais, apenas do carro. E que quando compartilhados com companhias parceiras, as informações enviadas são apenas os dados gerais. “Quanto mais motoristas, mais dados. E quanto mais dados, mais preciso será o aplicativo”, completa.

Modelo de negócios

A empresa israelense chega ao Brasil vendendo o OBD por R$ 59 para Android e R$ 79 para iOS, atualmente em pré-venda no seu site. Importante frisar que o aplicativo funciona com qualquer OBD que tenha pareamento Bluetooth, mas que o usuário deve tomar cuidado com “modelos piratas” que não conseguem fazer o pareamento.

Contudo, este não é o principal meio de lucro da empresa. A cofundadora explicou que o lucro da empresa vem de uma porcentagem dos serviços prestados pelos mecânicos aos usuários, pois os consumidores chegam direto do app. Questionada sobre essa taxa, ela revela que os valores estão em discussão para o Brasil e não quis revelar dos outros países.

A ideia da start-up é que, em até três semanas, o app permita aos mecânicos brasileiros colocarem tabela com os valores de seus serviços, assim como os usuários poderão avaliar o atendimento prestado. Este sistema já é usado em outros países. Por enquanto, o app tem apenas a base pública de mecânicos do País, portanto não há cobrança pelos serviços prestados. Ela afirma ainda que em breve o app terá opção de pagamento.

Vale lembrar que um dos fundadores da Engie é Uri Levine, um dos criadores do Waze. Atualmente com 30 pessoas em sua equipe, o aplicativo possui um time de brasileiros em Israel para fazer a introdução no mercado, além de ter apoio da Mindset VC, um venture capital brasileiro que investiu  recentemente um valor não revelado na start-up israelense.

 

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