Conforme esperado em análises anteriores e antecipado pelo SindiTelebrasil na última terça-feira, a base 4G assumiu em outubro o posto de tecnologia mais usada no serviço móvel no Brasil. Segundo dados da Anatel divulgados nesta quarta-feira, 6, eram 95,353 milhões de acessos, superando a 3G, que fechou o mês com 92,188 milhões de linhas. Conforme indicou a associação das teles, a próxima "vítima" da modernização da base será um eventual desligamento total das redes de segunda geração (2G), que ainda conta com 35,230 milhões de acessos. A base total brasileira, contudo, acabou sofrendo mais uma queda (0,09% no mês e 2,67% no comparativo anual) e encerrou o mês com 240,850 milhões de acessos.

Naturalmente, o LTE não se tornou a preferência popular da noite por dia, levando pelo menos cinco anos para chegar ao posto. Mesmo assim, lançado em 2012 com a chegada da frequência de 2,5 GHz, a tecnologia exibia crescimentos exponenciais a cada mês. Mesmo agora, entrando no último trimestre de 2017, o avanço da quarta geração continua a passos largos, com um crescimento mensal de 4,27% (ou 3,901 milhões de adições somente em comparação com setembro) e de 81,23% nos últimos 12 meses (ou 42,739 milhões de adições líquidas).

Confira a curva acentuada do LTE nos últimos dois anos no gráfico abaixo. Em contraste, perceba que as reduções das tecnologias GSM e WCDMA formam quase linhas paralelas.

O maior crescimento no mês em 4G foi o da Oi, que avançou 10,23% ao adicionar 1,471 milhões de linhas à sua base, encerrando outubro com 15,858 milhões de acessos. No ano, a empresa quase dobrou (95,30%) o total, mesmo sem poder contar com a faixa de 700 MHz como suas principais concorrentes. A operadora de maior aumento comparado a outubro de 2016, contudo, foi a Claro, que mais do que dobrou a base: 105,75% (no mês, aumento foi de 3,94%), total de 21,065 milhões de acessos. A líder continua sendo a Vivo, com 31,845 milhões de linhas (aumento de 2,96% no mês e de 71,10% no ano), seguida da TIM, com 25,521 milhões (aumentos de 2,92% e 74,93%).

Já a tecnologia 3G continua perdendo o fôlego entre todas as operadoras, menos a Nextel, que obteve aumento de 0,54% no mês e 1,65% no ano, totalizando 1,517 milhão de acessos. Somente comparado a setembro, a base total WCDMA perdeu 3,299 milhões de linhas, uma queda de 3,46%. Considerando os 12 meses, a redução foi de 34,075 milhões de acessos. Vale notar que a base ainda é maior na terceira geração da Claro (30,199 milhões) e na Oi (15,930 milhões). A primeira é a líder do mercado nessa tecnologia, com 32,76%, enquanto a segunda foi a que mais perdeu acessos no mês (1,161 milhão de desconexões).

Outras tecnologias

O GSM caiu 2,85% no mês, ou 1,033 milhão de desconexões. Comparado a outubro de 2016, a redução é de 31,66%. Isso mostra que o ritmo de redução da base 2G tem sido menos intenso do que o do WCDMA, apesar de proporcionalmente ainda ter acontecido uma queda maior no comparativo de 12 meses. Isso se explica pela utilização da rede 2G em aplicações de comunicação entre máquinas (M2M), como os aparelhos de pagamento de cartão de crédito em estabelecimentos comerciais.

As conexões máquina-a-máquina (M2M) do tipo Especial, ou seja, sem interferência humana, aumentaram 2,25% no mês e 23,47% no ano, totalizando 8,613 milhões de acessos. Já a M2M Padrão avançou 2,15% e 17,83%, respectivamente, somando 8,613 milhões de linhas.

Os terminais de banda larga (modems e tablets) continuam em queda livre, com reduções de 3,54% e 31% no mês e no ano, respectivamente. A base total é de 3,246 milhões de chips.

Um dado curioso é o aparecimento de linhas CDMA nos últimos dois meses. Segundo os dados da Anatel, a tecnologia passou de 507 acessos em agosto para 3.474 em setembro (crescimento de quase sete vezes) e 24.318 linhas em outubro (avanço de 600%). Procurada por este noticiário, a agência ainda não explicou a ocorrência.

Pré e pós

Houve um avanço de 10,93% (ou 4,37 pontos percentuais) na base pós-paga nos últimos 12 meses, período no qual passou de 77,339 milhões de acessos para 85,792 milhões, ou 35,62% do total no mercado brasileiro. No contexto do avanço do LTE, esse crescimento indica que os motores principais são a demanda por dados em smartphones e o descarte dos SIMcards secundários pré-pagos com o fim do efeito comunidade nas ofertas das operadoras. Enquanto isso, a base pré-paga caiu 8,85% no ano, e agora totaliza 155,058 milhões de linhas, ou 64,38% do total.

 

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