A Restorando, startup de reservas online em restaurantes, planeja triplicar as operações no Brasil até o fim do ano que vem. Fundada há menos de dois anos por Frank Martin, hoje CEO da companhia, a Restorando tem hoje 1,5 mil estabelecimentos conveniados na Argentina, Brasil e Chile. O caso de sucesso da companhia foi apresentado nesta quarta-feira, 26, no Forum Mobile+, em São Paulo, evento organizado pela Converge Comunicações.
Segundo Martin, o mercado nacional hoje responde por mais da metade dos negócios da empresa, que atua nas cidades de Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo, sendo que nesta última ela tem 450 restaurantes cadastrados. Neste ano, uma das novidades foi a parceria da empresa com a Restaurant Week na capital paulista, que ficou responsável pelas reservas nos restaurantes que participaram da promoção. "Foram 60 mil clientes em duas semanas, o que nos demandou um esforço extra em software. Mas certamente uma parcela será revertida em clientes cativos da nossa ferramenta e também dos restaurantes", avalia Martin.
Para o executivo, as oportunidades estão ligadas muito mais ao contexto econômico e cultural do que o uso da tecnologia. "Os negócios do ramo de reservas online no Brasil já são informatizados. Não há resistência para o uso da TI quando levamos em consideração que estamos conectando o mundo físico ao virtual, seja pela internet ou aplicativos", explica Martin. Para se associar ao serviço, é necessário apenas um computador conectado à internet. O software de agendamento opera na nuvem e os clientes fazem as reservas por meio de PCs, tablets ou smartphones. "A TI de hoje não implica em grandes investimentos de infraestrutura. O diferencial é o software e o uso da tecnologia", diz o CEO.
Martin conta que a grande dificuldade surgiu com o crescimento de sites de compra coletiva, que tiveram impacto negativo após relatos de experiências ruins dos usuários em restaurantes superlotados. "No Brasil, esse segmento ganhou espaço muito rapidamente. Há uns meses, ao abordar uma nova casa para se associar ao Restorando, alguns sequer queriam receber nossa representante por temer perdas com negócios online." Segundo ele, este é mais um argumento a favor da tecnologia e o uso da web e dos recursos da mobilidade para acelerar os negócios.
O executivo explica que a receita da Restorando é proveniente da cobrança de R$ 3,50 do restaurante a cada reserva realizada pelo site e convertida no estabelecimento. O usuário não faz nenhum pagamento online nem tem nenhum ônus pelo serviço, apenas usufrui da ferramenta de agendamento. "Não temos intenção de mudar este modelo de negócio, altamente lucrativo para nós e também para o restaurante, pois o tíquete médio por cliente é de R$ 70, cerca de 5% do faturamento", diz Martin.