O termo "big data" surgiu para descrever os vultuosos volumes de informação coletados sobre centenas de milhões de pessoas por empresas de tecnologia da informação e comunicação como Google e Facebook. Obviamente, o celular desempenha um papel relevante nesse cenário, sendo uma fonte de informação que agrega a localização dos usuários. A junção de big data e mobile foi um dos temas mais discutidos no primeiro dia do MEF Americas 2012, evento aberto nesta terça-feira, 4, em Miami.
Para Gustavo Jimenez, vice-presidente da Verifone para América Latina, o big data pode ser dividido em dois tipos: os dados do passado, que geram um conhecimento histórico, e aqueles do presente, que permitem tomar decisões em tempo real – boa parte deles fornecidos pelos telefones celulares. "É como o nosso cérebro funciona: há os dados da nossa experiência passada, gravados em nossa mente, e há os dados provenientes dos nossos sentidos, como visão e audição, que nos ajudam a tomar decisões em tempo real", comparou. "Os dados históricos podem servir para contextoualizar para aqueles que chegam em tempo real", ressaltou Scott Gamble, vice-presidente de soluções digitais da Alliance Data, empresa que presta serviço de análise de dados para grandes empresas.
Reunidos em um painel sobre o assunto, especialistas concordaram que falta agregar mais inteligência na análise dos dados coletados. "Não basta mais contar impressões. Isso é uma medida do passado. Não é mais suficiente. Tem que entrar na psicologia do consumidor", disse Jerome Samson, vice-presidente de desenvolvimento de negócios e estratégia da Nielsen Company. Sobre isso, Dustin Young, CEO do Cardfree, que desenvolveu soluções de m-payment para Starbucks e Dunkin Donuts, contou um caso engraçado: "Comprei uma vez um jogo de videogame para meu sobrinho na Amazon e desde então recebo conteúdo relacionado ao tema, que na verdade não me interessa".
Para analisar os dados que vêm de apps móveis, será cada vez mais comum grandes marcas contratarem profissionais especializados para essa atividade. "Ter um analista de dados móveis é tão importante quanto ter um desenvolvedor", recomendou Sharon Knitter, diretora de mobilidade do site Cars.com, site de venda de carros usados que registra atualmente 20 milhões de visitantes únicos por mês, dos quais 30% acessam via dispositivos móveis.