A Movile, que nesta semana anunciou a criação da marca Wavy para a sua operação em conteúdo móvel e mensageria, não teme a entrada do WhatsApp e do Google no mercado de mensagens corporativas. Pelo contrário, a empresa participa dos testes nessa área realizados por ambas e prevê que seu negócio tenderá a crescer, baseado na entrega de funcionalidades que agreguem valor a clientes de grande porte, como a aplicação de ferramentas de inteligência artificial.
“Se eu fosse um integrador cujo papel fosse só mandar SMS, ficaria com medo. Mas o nosso papel é integrar novas tecnologias e canais. Essas novas ondas vão me possibilitar crescer e aumentar o valor que oferecemos”, comenta Eduardo Henrique, cofundador e diretor de novos negócios da Movile.
O executivo afirma que hoje 97% do tráfego de SMS A2P é unidirecional e que as novas plataformas permitem a comunicação bidirecional, o que abre espaço para novas funcionalidades a serem oferecidas pelos agregadores. “Enxergamos nisso uma oportunidade para aumentarmos o tamanho do nosso negócio de mensageria”, diz Henrique.
Ele recorda o que aconteceu na Europa, quando o Viber abriu sua API para mensagens corporativas. À época, em alguns países onde esse app de comunicação instantânea é o mais popular, os integradores de SMS temiam perder mercado, mas não foi isso o que aconteceu. Na prática, o Viber se tornou apenas mais um canal com o qual os mesmos integradores passaram a trabalhar. “Muitos dos clientes corporativos não têm o know-how e nem a infraestrutura ou a tecnologia para lidar com esse tipo de integração. Eles continuam precisando de empresas especializadas”, argumenta.
A chegada desses novos players em mensageria corporativa tampouco vai significar o fim do SMS, acrescenta Ricardo Souza, diretor geral da Wavy: “Nove anos atrás já se falava da morte do SMS. E desde então o SMS segue crescendo. Nossa expectativa é de que cresça mais este ano. Não vejo de forma alguma a morte do SMS no Brasil, nem no resto da América Latina”.