A distribuidora de energia Light vai instalar até o final do ano no Rio de Janeiro entre 1 mil e 3 mil medidores de luz inteligentes, dentro do conceito de "smart grid", com comunicação de dados através de uma rede WiMesh, com redundância pela rede 3G. Os equipamentos serão espalhados por bairros das zonas sul e norte da capital fluminense, além de algumas comunidades com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e em cidades da Baixada Fluminense, revela o superintendente de tecnologia e inovação da Light, Fábio Toledo. A iniciativa faz parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento em smart grids da Light e da Cemig orçado em R$ 65 milhões.
Os medidores de smart grid são capazes de ler remotamente o consumo de energia, dispensando a visita de um técnico da distribuidora; ligar e desligar remotamente; desligar automaticamente a corrente de energia em caso de sobretensão ou subtensão; informar sobre queda de luz; e se comunicar com o cliente. O consumidor da Light cuja residência for dotada de um medidor de smart grid poderá, através do portal da empresa na web, estabelecer, por exemplo, uma meta de consumo mensal e ser informado quando estiver próximo ou quando ultrapassar esse limite. O alerta poderá vir por diversos canais, à escolha do assinante, como SMS, email, mensagem no Twitter etc. "Ainda não decidimos se cobraremos por esses serviços extras", explica Toledo.
Para a Light, o investimento em smart grid pode ajudar a reduzir o consumo em horários de pico, evitando problemas de abastecimento, além de diminuir a inadimplência. Paralelamente a esse projeto em smart grid propriamente dita, a companhia já vem investindo há cerca de 5 anos na modernização de seu parque de medidores, contando hoje com 250 mil unidades capazes de realizar leitura e desligamento remotos enviando dados por rádio em 900 MHz e PLC (Poweline Communications) até um concentrador, de onde a informação sai para a central através de uma VPN (rede privada virtual) em 3G ou GPRS. Esses medidores não são classificados ainda como smart grid pois não permitem a comunicação com outros devices, embora sejam mais inteligentes que seus antecessores, que ainda requerem a leitura presencial do consumo. Ao todo, a rede da Light é constituída de 4 milhões de medidores. Cerca de 100 mil são trocados anualmente.
Rede celular
A respeito do uso da rede celular para a comunicação entre máquinas (M2M, na sigla em inglês), Toledo pondera que o modelo de negócios das operadoras móveis visa conexões com alto tráfego e baixa disponibilidade, mas o M2M gera pouco tráfego e requer alta disponibilidade. Ou seja, para atender a demandas de comunicação entre máquinas, as teles precisam repensar suas ofertas. Uma contribuição positiva para esse mercado virá com a redução do Fistel para esse tipo de serviço.