O serviço de mapas da Nokia não está mais restrito a usuários de smartphones da fabricante finlandesa. Em uma nova versão, o Nokia Maps foi repaginado e atende pelo nome de Here. Na forma de web app desenvolvido em HTML5, já pode ser acessado por smartphones com os sistemas operacionais iOS 4.3+ (ou superior), Android 2.2 e 2.3, Blackberry 7.0 (ou superior) e WebOS através do site www.here.net. Dentro de poucas semanas, o app estará disponível para download também na App Store da Apple. E, depois, no Google Play. Além disso, a Nokia firmou uma parceria com a Mozilla para criar uma versão especial do Here para o futuro Firefox OS. Para fabricantes de smartphones Android, um SDK (software development kit) do Here estará disponível no começo de 2013. Por fim, o serviço também pode ser acessado por laptops e tablets no mesmo endereço. Quem acessar do Brasil já encontrará a página toda traduzida para o português.

O Here traz mapas do mundo inteiro; serviço de rotas com navegação passo a passo (e, em breve, guiada por voz) para carros, pedestres e via transporte público; e informações sobre condições do trânsito em tempo real; mapas via satélite e em 3D. Entre as novidades, chama a atenção a ferramenta "coleções", que permite ao usuário armazenar dados sobre lugares em que já esteve ou que gostaria de visitar, organizados tematicamente.  A versão para laptops e tablets inclui a possibilidade de edição colaborativa dos mapas, aberta apenas em países onde faltam informações – em geral nações pequenas e em desenvolvimento na África e na Ásia.

A Nokia anunciou também a criação da LiveSight, tecnologia de mapas em 3D usada para realidade aumentada baseada em localização – a mesma adotada pelo app Nokia City Lens, nos smartphones da família Lumia. Para completar o pacote de novidades, a fabricante comunicou a aquisição da empresa norte-americana earthmine, de captura e processamento de imagens em 3D.

Análise

Essa reviravolta na estratégia da Nokia já vinha sendo prevista por analistas internacionais. A recente criação da unidade de negócios de serviços de localização e comércio dentro da empresa era uma sinalização da importância que essa área estava ganhando dentro da Nokia. A parceria para uso dos mapas da Nokia no serviço de buscas da Microsoft e o contrato com a Oracle provaram à companhia finlandesa o valor do ativo que têm em mãos.

A decisão de abrir o serviço para concorrentes diretos, contudo, não deve ter sido fácil. Afinal, nessa turbulência vivida pela Nokia nos últimos anos seu serviço de mapas manteve-se como um dos poucos diferenciais positivos em seus smartphones. Porém, a empresa deve ter feito as contas e identificou o potencial de gerar receita posicionando-se como uma prestadora universal de serviços de mapas. Ela pode explorar tanto contratos de licenciamento corporativos como aqueles citados com Microsoft e Oracle quanto gerar receita com publicidade. O momento da abertura não poderia ser mais propício: com a rescisão do contrato da Apple para uso do Google Maps e as inúmeras críticas contra os novos mapas do iPhone, o Here tem a chance de herdar os usuários descontentes do smartphone da Apple.

 

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