Todos os anos, algumas dezenas de milhares de pessoas fogem ou são expulsas de suas casas por razões diversas, como conflitos armados e desastres climáticos. No momento, os países mais afetados são a Síria e o Sudão. Muitas dessas pessoas encontram abrigo em campos de refugiados mantidos por órgãos de cooperação internacional, como a ONU. O trabalho de reconstrução de suas vidas muitas vezes inclui a procura por familiares, com os quais é comum terem perdido o contato após a fuga. Para ajudar essas pessoas a reencontrarem seus parentes, a ONG Refugiados Unidos, em parceria com a ONU e a Ericsson, criou uma plataforma internacional de cadastramento de refugiados que funciona tanto pelo desktop quanto pelo celular. Atualmente há 145 mil pessoas cadastradas no sistema e são feitas diariamente 650 pesquisas.

"Antes as pessoas precisavam buscar seus parentes através de cartas", relatou Christopher Mikkelsen, representante da Refugiados Unidos, em participação via videoconferência durante o evento Rio+Social, nesta terça-feira, 19, no Rio de Janeiro. Ele citou o caso de um menino congolês de nove anos que fugiu de sua cidade após o ataque de uma milícia e conseguiu reencontrar meses depois, através da plataforma, um irmão que está morando em uma vila a 400 Km de distância de seu campo de refugiados.

A ONG estimula os refugiados a se cadastrarem no banco de dados, para poderem ser encontrados e também poderem procurar seus familiares. Entre as informações solicitadas estão o nome, o apelido, a cidade natal, o sexo, a idade e dados para contato, como celular ou email. O cadastro e as buscas podem ser feitos por SMS, WAP ou até mesmo por um aplicativo Android. "Um percentual alto de refugiados têm celular", disse o CEO da Ericsson, Hans Vestberg, presente no evento.

 

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