Menos de um ano após seu lançamento na Espanha, onde acumula até o momento mais de 1 milhão de downloads, o serviço de streaming de música Biit acaba de chegar ao Brasil com um aplicativo para Android e um catálogo composto por mais de 200 mil faixas, sendo 40% nacionais. Sua meta é registrar 1,5 milhão de downloads no Brasil nos primeiros 12 meses, disse o CEO do Biit, Carlos Otto, que está no País esta semana para divulgar o serviço.
O Biit funciona como uma rádio digital personalizável: o usuário escolhe o estilo de música ou uma banda como ponto de partida e, em seguida, a plataforma toca músicas relacionadas ou similares àquela primeira escolha. Durante as execuções, o ouvinte pode marcar uma música como "hit" ou pular para a próxima, se não estiver gostando. Assim, a plataforma vai aprendendo sobre as preferências do usuário, o que lhe permite melhorar suas escolhas futuras. Cabe ressaltar que no Biit não se pode escolher uma música específica. "Nós recomendamos canções, o que é um valor percebido pelo consumidor", explica Otto. O licenciamento junto a editoras e gravadoras é mais barato neste caso, como se fosse uma rádio digital e não um serviço de música sob demanda.
Uma vantagem em relação a outros competidores é que o serviço é exclusivamente móvel e, por isso, procura mitigar problemas eventuais relacionados à qualidade das redes. O serviço memoriza automaticamente uma certa quantidade de músicas antes da sua execução, permitindo seguir rodando por um tempo mesmo se a conexão móvel cair.
Otto destaca o esforço de construção de um catálogo com músicas nacionais, através da ajuda de uma equipe local. "Nossos concorrentes estrangeiros desconhecem a riqueza musical de países como Brasil e Espanha", compara o CEO. A mesma estratégia de foco em artistas locais foi adotada pela empresa no México, onde a operação foi lançada há poucas semanas.
Modelo de negócios
Quando do seu lançamento, em novembro de 2011 na Espanha, o Biit nasceu como um serviço gratuito bancado por publicidade. No mês passado, contudo, a empresa optou por adotar um modelo conhecido como "freemium". O download e o serviço permanecem gratuitos enquanto o usuário se limitar à escolha de um único canal. Se quiser misturar mais quatro canais, é cobrada uma mensalidade de 2,99 euros. Há também a opção de compra de pacote trimestral por 4,99 euros. Os preços por enquanto são os mesmos cobrados na Europa. A compra é feita por dentro do aplicativo, com cobrança via cartão de crédito pelo Google Play.
A quantidade de usuários ativos na Espanha gira em torno de 40% da base total. A empresa considera como usuário ativo aquele que acessa o serviço pelo menos uma vez por semana. Espera-se que a taxa seja similar no Brasil. Por enquanto não é divulgada expectativa de receita.
Uma versão para iPhone será lançada dentro de poucas semanas e a empresa estuda a possibilidade de adotar o Windows Phone no futuro, dependendo do avanço dessa plataforma. Tecnicamente, seria possível criar uma versão em HTML5, explica Otto, mas a qualidade da experiência do usuário não seria tão boa.