A notícia de que as operadoras de telefonia Claro, Oi e TIM estavam impedidas de vender novas linhas de celulares pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) esteve em destaque nos noticiários nos últimos dias. As empresas foram surpreendidas pela decisão da Anatel, que determinou que sejam apresentados planos de melhoria para que as vendas possam voltar a ser realizadas. Os investimentos devem ser na qualidade da rede, no atendimento ao consumidor e na resolução de problemas de queda na ligação durante as chamadas. Ou seja, melhorias na rede novamente.

A decisão da Anatel tem como objetivo melhorar a qualidade do serviço de telefonia que já é utilizado pelos usuários. Mas como fica a internet 4G nesta história? A suspensão da venda de novas linhas e os planos de melhoria podem atrasar a chegada da internet 4G aos usuários? Ou este susto foi importante para garantir maior empenho na qualidade do 4G?

A telefonia móvel de quarta geração tem duas finalidades: maior qualidade e velocidade na transmissão de dados e levar serviços de voz e Internet banda larga para as áreas rurais. Se tudo sair conforme o planejado, a velocidade do 4G no Brasil será de 10 Mbps e não vai haver grande instabilidade no sinal.

Desta forma, o usuário poderá baixar um filme de 100 Mb em pouco mais de um minuto. Também será possível assistir vídeos na Web sem que fique engasgando, fazer videoconferências do celular e ouvir músicas diretamente da Internet, entre outras possibilidades.

No leilão realizado pela Anatel foi determinado que as empresas que oferecerão a tecnologia 4G devem cumprir algumas metas. Até abril de 2013, ou seja, daqui a nove meses, as operadoras devem ter conexões 4G nas cidades-sede dos jogos da Copa das Confederações – Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Já as sedes e sub-sedes da Copa do Mundo – São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Manaus, Cuiabá, Natal – deverão ter cobertura 4G até o fim de 2014. E o cronograma da Anatel ainda determina que todos os municípios com mais de 100 mil habitantes deverão ter sinal de 4G até 31 de dezembro de 2016.

Acredito que os últimos acontecimentos não irão atrapalhar o andamento da 4G. Os problemas atuais se devem pelo rápido crescimento da telefonia móvel no Brasil. Um estudo realizado pela Huawei em parceria com a Teleco mostra que no primeiro trimestre de 2009 havia 1,5 milhão de usuários de internet móvel e no primeiro trimestre deste ano, três anos depois, o número já havia aumentado para 8,7 milhões.

As operadoras apresentaram os investimentos feitos e previstos para este ano com o objetivo de melhorar a telefonia móvel no Brasil e estão entrando em acordo com a Anatel para que os serviços sejam normalizados. Mas a rapidez com que a telefonia móvel tem crescido e a velocidade com as pessoas estão adquirindo smartphones e tablets é um desafio para estas empresas.

Certamente, em pouco tempo elas apresentarão seus planos e oferecerão melhorias aos usuários para garantir a continuidade do serviço com qualidade e em paralelo seguirão com os investimentos na 4G. No fim das contas, o usuário só tem a ganhar.

 

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