A Visa está trabalhando para implementar soluções de pagamento sem contato em serviços de transporte público no Brasil. De acordo com executivos da bandeira de cartão, as operadoras de transporte público das principais cidades brasileiras estão conversando com a empresa para trazer a tecnologia conhecida como Mass Transport Transaction (MTT), que permite aos clientes pagarem suas passagens com cartão de crédito, débito e mesmo smartphones.
De acordo com Marcelo Sarralha, diretor de projetos da Visa Brasil, os gestores do segmento de transportes perceberam, durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a necessidade de uma tecnologia que pudesse ser usada por todos os usuários, sem distinção de nacionalidade ou meio de pagamento.
“Com os jogos, nós vimos um grande fluxo de turistas se locomovendo por diversas cidades do País e o problema do pagamento de transporte ficou mais evidente”, disse Sarralha. “Agora, estamos conversando com São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais brasileiras para trazer a solução ao Brasil”.
Sarralha explica ainda que o primeiro passo para trazer a tecnologia foi lançar uma especificação (Visa Ready for Transport) aberta para receber pagamentos contactless. Depois, a Visa desenvolveu um primeiro protótipo no laboratório que posteriormente deve chegar às ruas.
Questionado por Mobile Time sobre interoperabilidade, o executivo brasileiro disse que a especificação do Visa Ready for Transport busca diminuir problemas dessa natureza, como o fato de um modal não conversar com o outro, ou, diminuir lacunas de sistemas legados.
Modelo londrino
Embora seja uma necessidade identificada pelas empresas de transporte de massa, a tecnologia está em operação desde 2014 em Londres. Segundo Nick Mackie, líder da divisão de trânsito e contacless na Visa Europa, no primeiro ano, o pagamento contactless superou o cartão de transporte local (Oyster) ao tomar 55% do seu mercado, algo que superou em 25% a expectativa da administradora, Transport for London (TfL).
“Eu vejo o Brasil como era o Reino Unido cinco anos atrás. Nós queremos pagamentos instantâneos, serviços e lojas em um único lugar, automação de casa e aprendizado de máquina. Tudo isso já começa a se tornar realidade lá e não será diferente aqui, pode guardar as minhas palavras: entre quatro e cinco anos, o pagamento sem contato vai mudar o mercado brasileiro”, afirmou Mackie.
No entanto, o especialista inglês ressaltou que, para o Brasil chegar ao mesmo patamar de uso do pagamento contacless do Reino Unido (hoje próximo dos 55%), é preciso desenvolver uma comunicação com o consumidor direta e simples, como usar camisetas instruindo o pagamento com dispositivos móveis. Além disso, as parcerias com estabelecimentos comerciais são fundamentais para o desenvolvimento da solução