Após o escândalo com o vazamento de dados de 50 milhões de usuários para uma empresa de consultoria, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, publicou nesta quarta-feira, 21, um posicionamento no qual promete endereçar os problemas e cooperar com as investigações. Ele assume a responsabilidade pela companhia e afirma estar trabalhando para averiguar o caso (e não permitir que isso aconteça de novo). Mas responde também à campanha iniciada contra a rede social (que pede para que pessoas apaguem suas contas). “Temos a responsabilidade de proteger seus dados, e se não conseguimos, então não merecemos servir vocês”, declara. “A boa notícia é que as ações mais importantes para prevenir isso de acontecer novamente hoje nós já temos tomado há anos. Mas também cometemos erros; há mais a fazer e nós precisamos seguir em frente e fazer”.

Como medidas, diz que vai investigar todos os aplicativos que tiveram acesso a “grandes quantidades” de informações antes da implantação da nova política, em 2014, e que conduzirá uma “auditoria completa” em “qualquer aplicativo com atividade suspeita”. Alega que vai banir desenvolvedor ou plataforma que não concordarem com isso ou que tiverem suspeitas comprovadas de mau uso.

Declarou ainda que vai restringir mais o acesso a dados para evitar outros casos de abuso. Um exemplo que o executivo deu foi o de suspender o acesso a dados após três meses de inatividade. E a partir de agora, apenas nome, foto de perfil e endereço de email serão informados aos aplicativos. “Vamos requerer de desenvolvedores que não apenas tenham aprovação, mas também assinem um contrato para pedir a qualquer um acesso aos seus posts ou outros dados privados”, afirma.

Uma nova ferramenta, a ser lançada em abril, deverá permitir gerenciar quais aplicativos estão sendo usados, dando também uma forma mais fácil para revogar as permissões aos dados. O recurso de privacidade, que já permitia essa delimitação de poderes, agora será colocado em maior evidência na página, promete.

Cronologia

Zuckerberg ressalta que, em 2014, executou mudanças na plataforma de aplicativos para impedir aplicações de acessar dados de contatos a partir de um usuário, como aconteceu com o app do pesquisador da Cambridge University, Aleksandr Kogan, envolvido na polêmica do vazamento de dados. E diz que, agora, o desenvolvedor precisaria pedir autorização à empresa para a requisição de dados sensíveis aos usuários, o que teria prevenido apps como o de Kogan de acessar tanta informação de terceiros.

O executivo ressalta que tomou conhecimento sobre o caso em 2015, por meio de jornalistas do periódico britânico The Guardian, e que, por isso, baniu o app de Kogan, exigindo que o pesquisador e a Cambridge Analytica “formalmente certificassem de ter excluído todos os dados adquiridos de maneira imprópria”, o que afirma que foi feito. Porém, alega que soube na semana passada, após a publicação das reportagens, que os dados não teriam sido apagados. “Cambridge Analytica afirma que já tinham excluídos os dados e aceitou uma auditoria forense por uma firma que contratamos para confirmar isso. Também estamos trabalhando com reguladores enquanto eles investigam o que aconteceu.”

Zuckerberg afirma que isso foi uma “brecha na confiança” com Aleksandr Kogan e a Cambridge, “mas também uma brecha na confiança entre o Facebook e as pessoas que querem compartilhar seus dados conosco e esperam de nós que protejamos [as informações]”, afirma. “Precisamos consertar isso.”

 

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