A Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira, 26, que começa a fazer uma investigação sobre as práticas de privacidade do Facebook depois que foi revelado que a empresa permitiu o acesso da Cambridge Analytica aos dados pessoais de cerca de 50 milhões de usuários da mídia social sem o seu consentimento expresso. A agência divulgou comunicado depois de negar a investigação na sexta-feira, 23.
A investigação procura descobrir se o Facebook violou um decreto de consentimento – que exige que a rede social obtenha permissão explícita dos usuários para compartilhar seus dados com terceiros – assinado com a agência em 2011. Se o Facebook for considerado culpado, a empresa pode ser multada em até US$ 40 mil por violação, informou a CNBC. De sua parte, a empresa disse que iria colaborar com a FTC, e se mostrou aberta a responder perguntas que a agência possa ter.
Senado
O presidente do Comitê Judiciário do Senado, Charles Grassley, convidou o CEO do Facebook para testemunhar perante o Congresso sobre o uso indevido de dados do Facebook por até 50 milhões de perfis de usuários do Cambridge Analytica, e a possibilidade de que esses dados não tenham sido destruídos em 2015, como a empresa de dados notificou a companhia de mídia social.
Perdas e danos
Uma comissão parlamentar do Reino Unido pediu a Mark Zuckerberg que comparecesse e fornecesse depoimentos sobre como o Facebook adquire, armazena e protege os dados dos usuários. Além disso, em uma semana, a empresa perdeu mais de US$ 100 bilhões em valor de mercado.
No domingo, um anúncio de página inteira apareceu em sete jornais britânicos e em outros três norte-americanos com pedido de desculpas de Zuckerberg pelo escândalo com a Cambridge Analytica.
“Essa foi uma quebra de confiança e lamento não termos feito mais na época”, escreveu o CEO. “Prometo fazer melhor por você.”