O Facebook confirmou nesta quinta-feira, 5, que examina links e imagens enviadas pelos usuários do Facebook Messenger. Houve confirmação, também, de que o Facebook lê os bate-papos quando eles são sinalizados por moderadores, garantindo que o conteúdo cumpra as regras da empresa. Se não, ele é bloqueado ou removido. A notícia é do site Bloomberg.

A confirmação veio depois de uma entrevista publicada no início desta semana com o CEO da empresa ao site Vox. Ali. Nela, Mark Zuckerberg levantou questões sobre as práticas e a privacidade do Messenger. Zuckerberg contou a Ezra Klein, da Vox, uma história sobre receber um telefonema relacionado à limpeza étnica em Mianmar. Facebook detectou pessoas tentando enviar mensagens sensacionalistas através do aplicativo Messenger, disse ele.

“Nesse caso, nossos sistemas detectam o que está acontecendo”, disse Zuckerberg. “Nós impedimos que essas mensagens passem.”

Evidentemente, a repercussão foi grande nas mídias sociais. A preocupação maior era em saber se a empresa lê mensagens de forma mais geral. Como o Facebook continua sob enorme pressão a respeito de como lida com os dados privados de seus usuários, essa bomba chega num momento bastante crítico. Mas, de acordo com a empresa, o Messenger não usa os dados das mensagens digitalizadas para publicidade, mas a política pode se estender além do que os usuários do Messenger esperam.

“Por exemplo, no Messenger, quando você envia uma foto, nossos sistemas automatizados a escaneiam usando tecnologia de correspondência de fotos para detectar imagens conhecidas de exploração infantil. Ou, quando você envia um link, procuramos por malware ou vírus”, disse uma porta-voz do Facebook Messenger. “O Facebook criou essas ferramentas automatizadas para que possamos rapidamente impedir o comportamento abusivo em nossa plataforma”.

A empresa atualizou sua política de coleta de dados e propôs novos termos de serviço na última quarta-feira para esclarecer que o Messenger e o Instagram usam as mesmas regras do Facebook. “É melhor explicar como combatemos abusos e investigamos atividades suspeitas, inclusive analisando o conteúdo compartilhado pelas pessoas”, disse o Facebook em um post no blog.

Zuckerberg concordou em testemunhar no Congresso norte-americano no dia 11 de abril sobre o escândalo de vazamento de informações, envolvendo a Cambridge Analytica. O CEO vai depor no comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados.

 

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