A Oi investirá em uma plataforma própria de Internet das Coisas (IoT), cuja implementação acontecerá até o final deste ano. A operadora está analisando neste momento as propostas de seis fornecedores. Sua preferência é por uma solução que seja open source e agnóstica em termos de tecnologia de rede, informa Luiz Carlos Faray, diretor de TI da área B2B da operadora.

A plataforma facilitará a criação de serviços de IoT pela operadora e por seus parceiros, assim como a integração dos mesmos a diversas outras fontes de informações, por meio de APIs. Também servirá para a análise dos dados coletados. “A Internet das Coisas só tem valor se conseguir se integrar com vários sistemas. Vamos precisar também usar um gerenciador de APIs”, comenta Faray.

“A plataforma será abstrata em termos de tecnologia. Queremos que ela funcione em diferentes redes. Acabamos de fazer testes com Lora e queremos ter essa opção, por exemplo”, adianta o executivo. “Em rede, vamos usar o que for mais barato, eficiente e disponível. O negocio está na integração e na capacidade de usar os dados e entregar valor para o cliente”, acrescenta.

Produtos e verticais

A Oi já tem alguns produtos de IoT desenvolvidos para o mercado corporativo, em geral em parceria com start-ups, algumas delas vinculadas ao Oito, seu hub de inovação, no Rio de Janeiro. A empresa também conta com um laboratório de IoT na capital fluminense, gerido em parceria com a Nokia.

A Oi mira em várias verticais para a oferta de IoT. Uma delas é a de varejo, com a instalação de sensores para monitorar o deslocamento de clientes pelos corredores de lojas, verificar estoques e até conectar equipamentos como geladeiras. A Oi já tem muitas redes Wi-Fi instaladas dentro de varejistas, o que funciona como um ativo para alavancar soluções de IoT.

Outra vertical é a de utilities. Recentemente, a Oi fez um teste com uma rede Lora em uma empresa e abastecimento de água, para verificar as causas de eventuais problemas na rede de distribuição. Foi formatado um produto que agora é oferecido para outras companhias de água.

A própria Oi vai usar IoT para monitorar a temperatura e outros indicadores que podem explicar falhas técnicas em seus equipamentos de telecom. Várias agências bancárias estão testando essa solução. Na semana passada, isso foi usado no evento Rio2C, no Rio de Janeiro. “15% a 20% dos chamados técnicos que recebemos decorrem de problemas de infraestrutura que não nos dizem respeito, como queda de energia. Isso gera um custo desnecessário com o deslocamento de um técnico da Oi a campo”, explica o executivo. Com sensores conectados, é possível identificar a causa do problema remotamente e direcioná-lo para a empresa mais adequada ao seu conserto.

A Oi tem hoje mais de 20 provas de conceito (POCs) em andamento com soluções de IoT em diversas verticais pelo Brasil. “Este é o ano do POC em IoT. Para o ano que vem, com a plataforma em funcionamento, escalaremos a operação”, comenta Faray.

Operadoras

O executivo da Oi entende que as operadoras têm algumas vantagens estratégicas para o mercado de IoT. Uma delas é a capilaridade da sua equipe de vendas e de sua equipe de técnicos de campo, para instalação e manutenção de redes.

“IoT envolve muitos devices e equipes de campo para instalá-los e mantê-los. Isso traz a gente de volta para o jogo. Posso instalar um sensor no interior do Piauí. Não é qualquer um que consegue. Iot demanda uma série de competências que são típicas de operadora: vender IoT como serviço, processar dados, fornecer conectividade; manter a rede etc. As operadoras vão ser protagonistas dessa nova era de conexão dos sensores”, avalia Faray.

 

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