Dos 56,9 milhões de ciberataques via links maliciosos registrados pelo dfndr lab, da PSafe, no primeiro trimestre de 2018, 2,9 milhões foram mensagens de notícias falsas. Houve um aumento de 12% ante 2,6 milhões do trimestre anterior, sendo que 95,7% delas são disseminadas pelo WhatsApp. As fake news representam 5,3% dos ataques via links maliciosos e teriam impactado 8,8 milhões de celulares. O cálculo foi feito baseado na quantidade de fake news x a quantidade de smartphones da última pesquisa do IBGE.
De acordo com o relatório, a proliferação das fake news via app de mensageria demonstra a “força de viralização que um conteúdo falso ou malicioso vem ganhando nas redes sociais”. Um dos exemplos foi a notícia falsa de um ‘novo dipirona importado da Venezuela para o Brasil que contém vírus’. De acordo com os dados da Psafe, o link teve 1,1 milhão de acessos.
“Como as redes e os sites de busca têm critérios de remuneração a partir de cliques, likes, audiência, engajamento, replicação, esse pessoal ganhou um “troco”. Isso é um negócio, que surge de uma deformação de um ambiente oligopolizado ou mesmo monopolizado das tecnologias digitais. A mentira virou um bom negócio”, escreveu no relatório da PSafe Eugênio Bucci, jornalista, pesquisador e professor da Escola de Comunicações e Artes da USP.
O WhatsApp foi procurado para esclarecer seu posicionamento sobre o relatório e sobre combates que têm realizado contra as notícias falsas. A assessoria do WhatsApp enviou a Mobile Time um infográfico com uma série de dicas para identificar “mensagens duvidosas”. Entre as dicas, a companhia citou mensagens com erros gramaticais, erros de grafia, links desconhecidos, spams compartilhados, que pedem dados pessoais, mensagens se passando pelo WhatsApp e supostas promoções.
Links maliciosos
O relatório do dfndr labs analisou dados de detecção e bloqueios de ciberataques aos celulares de 21 milhões de usuários ativos dos apps da PSafe. Desses consumidores, a PSafe contabilizou 56,9 milhões de links maliciosos, uma redução de 14% em comparação aos 66,1 milhões do terceiro trimestre de 2017. Os homens acessam três vezes mais links maliciosos do que as mulheres, o que representou 76,5%, ante 25,5%, respectivamente.
Tipos de ataques
O phishing via aplicativos de mensageria é o tipo de golpe com mais acessos, 37,2 milhões. Na segunda colocação aparece a categoria de ataques com publicidade suspeita com 8,1 milhões de tentativas de golpe. Por sua vez, as fake news aparecem na terceira posição com 2,9 milhões de ciberataques.