A busca de soluções do online para offline (O2O) tem muitas barreiras no cotidiano. São obstáculos digitais, financeiros e estruturais que atrapalham o desenvolvimento do O2O, seja no B2B ou no B2C. Uma alternativa que a MicroStrategy está trabalhando para reduzir essa fricção é o uso da realidade aumentada (AR) no comércio. A companhia apresentou nesta terça-feira, 22, durante o Gartner Data & Analytics, uma solução de gestão de produtos em redes varejistas com AR.

Ainda sem um nome comercial, a ferramenta da empresa de analytics e mobilidade é um aplicativo (Android, iOS) para dispositivos móveis. Através da câmera, o handset faz alguns reconhecimentos: qual é o produto que está na prateleira; confere se aquela é a posição ideal do produto; e compara suas informações com estoque, histórico de vendas e com a atuação de frente de caixa, ou seja, o número de vendas e de abandonos de produtos no caixa. Tudo em tempo real.

“Essa solução traz o online para o offline. Com ele, um varejista pode fazer a gestão da prateleira do supermercado, por exemplo”, explicou Tiago Sanchez, diretor de venda da MicroStrategy. “Uma vez com tudo conectado ao app, o processo de gestão da loja fica mais ágil e pode reduzir custos. Como, por exemplo, o varejo pode negociar preços e posições nas gôndolas com os seus fornecedores”.

Com APIs e interface desenvolvidas pela MicroStrategy, o app já tem um estudo de caso em parceria com a Avon. Atualmente, ele está em fase de teste com varejistas nacionais, cujos nomes não foram revelados. Em alguns casos, a fornecedora pode produzir um white label da aplicação, mas Sanchez afirmou que o cenário ideal é que cada empresa utilize a realidade aumentada em seus próprios apps de negócios.

Questionado sobre varejistas sem grande capacidade tecnológica, o diretor de vendas ressaltou que o app é “a ponta da tecnologia” e que para ter toda a captação de AR na tela do smartphone uma companhia precisa ter todo o seu back-end (estoque, controle de preço, frente de caixa, etc.) digitalizado. E, caso a empresa não tenha isso, eles indicam fornecedores parceiros para fazer tal mudança.

Estratégia

Flávio Bolieiro, vice-presidente da MicroStrategy na América Latina, acredita que a solução de realidade aumentada é destinada a empresas inovadoras, aquelas que têm o hábito de adotar tecnologias com antecedência, como varejistas de moda e bem-estar, que tentam entregar uma melhor experiência visual aos seus consumidores.

Perguntando em quanto tempo a solução deve ser adotada de forma massificada no Brasil, Bolieiro fez sua previsão: dois anos. O VP da desenvolvedora não vê tantos problemas na parte tecnológica dos varejistas. Para ele, o problema está no instável cenário político-econômico ante às eleições de outubro.

“Estamos vivendo um momento complicado no País. Nós sofremos com restrições de investimentos. Ainda assim, existem pessoas que investem durante a crise e crescem. E os outros seguem esses apostadores depois”, disse Bolieiro.

Alexa

Além da solução de AR, a MicroStrategy apresentou na feira uma skill (função) própria para Amazon Alexa. Nela, altos executivos (clientes da MicroStrategy) podem acessar informações do seu negócio em tempo real. Dados como receita, lucros por região e vendas por equipe podem ser alcançados em uma conversa com a assistente virtual. Inicialmente, a ideia do recurso é ser uma porta de entrada para a fornecedora mostrar suas soluções em inteligência artificial.

 

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