Os mercados europeu e brasileiro estão mais aquecidos na demanda por chatbots do que o norte-americano. A constatação é do fundador e presidente da Inbenta, Jordi Torras. Nos últimos 12 meses, sua companhia implementou três vezes mais projetos de bots na Europa e no Brasil do que nos EUA. O executivo cita também os mercados japonês e australiano como dois que estão crescendo.
“As empresas nos EUA estão mais cautelosas em relação aos chatbots”, comenta Torras, em entrevista para Mobile Time. Ele aponta como possíveis explicações a repercussão da mal-sucedida experiência do bot Tay, da Microsoft, no Twitter, e também uma certa frustração após um boom de bots lançados no Facebook nos últimos dois anos. “Houve uma avalanche de chatbots conectados ao Facebook, a maioria com uma capacidade limitada de processamento de linguagem natural. Muitos acabaram retirados do ar”, comenta. Para completar, ele cita também a crise enfrentada pelo Facebook com o escândalo envolvendo o uso de dados dos usuários, que acabou levando a rede social a fechar temporariamente a adição de novos bots, medida que impactou negativamente no interesse por bots no mercado norte-americano.
Torras, porém, está otimista de que essa fase cautelosa nos EUA vai passar ao longo do tempo. Para tanto, ele prega uma adoção gradual de soluções com processamento de linguagem natural. Sua sugestão é que as empresas comecem com um mecanismo de busca semântica inteligente em seus sites ou apps, por exemplo. Depois que estiverem confortáveis e seguros com essa solução, podem analisar o lançamento de um chatbot, tendo como base o conhecimento e o vocabulário construídos pelo mecanismo de busca.
“Fazemos isso para evitar um chatbot que não corresponda às expectativas. As pessoas são mais tolerantes com uma caixa de busca do que em uma conversa com um bot. Melhor implementar projetos por fases. Os projetos exitosos são aqueles que estão fazendo uma transição ordenada. Companhias que adotaram chatbots prematuramente depois tiveram que retroceder”, diz.
A Inbenta fornece bots ao redor do mundo e conta com investidores de vários países – recentemente, recebeu investimento da japonesa NTT DoCoMo, por exemplo. A companhia tem um motor próprio de processamento de linguagem natural que entende mais de 30 idiomas.
Super Bots Experience
Mobile Time realizará nos dias 8 e 9 de agosto o Super Bots Experience, seminário sobre o mercado brasileiro de chatbots, assistentes pessoais virtuais e inteligência artificial. O evento contará com palestrantes de empresas como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Original, Sky, Oi, Vivo, Habib’s, Hotel Urbano, Getnet, dentre outros. A agenda completa e mais informações sobre venda de ingressos estão disponíveis no site www.botsexperience.com.br, no telefone/WhatsApp 11-3138-4619 e no email [email protected].