A Apple tem seu aplicativo de podcasts há muito tempo. Portanto, nada mais natural que o Google ter o seu. Na última semana a companhia lançou sua plataforma para ouvintes de podcasts, o Google Podcasts (Android). Se, por um momento, vem o entusiasmo de um ouvinte antigo e editor esporádico de programas do gênero, que espera por um “YouTube dos Podcasts”, por outro lado vem a frustração de alguém que esperava mais do Google.
O aplicativo não tem nada de inovador. Ele divide os canais entre os curtidos, um leitor com novos episódios, em andamento e downloads, lista de principais podcasts, podcasts em alta, e daí aparecem as divisões por gêneros (cinemas, sociedade, cultura, cinema, notícias, políticas, esportes, religião e artes), além da busca no alto da tela. Essas funções aparecem em outros apps que transmitem podcasts, como Spotify, Deezer e SoundCloud.
Entre as funções técnicas, o player tem apenas: tocar, pausar, avançar 30 segundos, voltar 10 segundos e acelerar ou diminuir a velocidade do áudio. Falta uma função para voltar ou passar para o próximo áudio, algo legal quando se faz uma maratona (binge listening, em inglês). Outra opção interessante seria um botão de áudio em alta definição, às vezes é bom para ouvir uma conversa com mais clareza. Também poderia colocar uma busca direto do player para achar podcasts similares. E, por fim, um botão randômico para oferecer diferentes áudios e eventualmente colocar propagandas.
Outra ferramenta que precisa de desenvolvimento é a sugestão de novos podcasts com inteligência artificial. Essa função ainda está fraca. Mas é importante lembrar que ele ainda não possui dados suficientes para alimentar sai IA, como um YouTube. No entanto, ela poderia ser mais assertiva. Se o usuário quiser realmente descobrir novos podcasts e canais, o ideal é usar o motor de busca, ligado ao buscador do Google.
Pelo lado do publicador, o Google manteve um layout similar ao Podcast da Apple. O publisher basicamente consegue colocar uma foto de avatar, uma descrição em seu canal, outra descrição do podcast e link para o website. Poderia ter espaço para mais imagens da gravação e canais do YouTube, por exemplo. Além disso, é possível notar que os canais de rádio (CBN e BandNews, por exemplo) demoram um pouco mais para acessar, ou seja, precisa de um trabalho mais próximo de buffering (armazenamento de áudio) com essas empresas.