A transformação do celular em um meio de pagamento em substituição ao cartão de plástico abre uma janela de oportunidades, especialmente para bancos, varejistas e fintechs. É o que pensa Alexandre de Souza Pinto, diretor de inovação e novos negócios da Matera, empresa que fornece sistemas bancários para diversas instituições financeiras de pequeno e médio porte, incluindo fintechs como Nubank.

“Usar o celular para pagar será inevitável, seja por NFC, QR code ou áudio. Essa transição vai acontecer. Temos falado com nossos clientes que se trata de uma janela de oportunidade. Com os smartphones, a tecnologia está nas mãos das pessoas, ou seja, a barreira de entrada é pequena; e o ambiente regulatório está favorável para esse tipo de ação”, analisa Souza Pinto. “Esse tipo de transição não acontece todo dia. A última que houve em meios de pagamento foi há cerca de 20 anos”, disse, referindo-se à adoção do cartão de plástico com chip. “E agora vamos substituir o plástico pelo celular”, complementou.

Falta, contudo, saber quem vai liderar esse processo no Brasil e com qual tecnologia. Souza Pinto enxerga os varejistas razoavelmente bem posicionados, pelo fato de terem já uma rede de clientes e de lojas, o que lhes possibilita adotar soluções de pagamento móvel em um arranjo fechado, em que o emissor dos cartões controla também a rede de estabelecimentos comerciais que recebem os pagamentos. As fintechs, embora inovem mais rapidamente, enfrentam o dilema do “ovo ou da galinha” sobre o que vem primeiro: é difícil atrair clientes para uma solução de m-payment enquanto não existe uma ampla rede que aceite esse pagamento e vice-versa. Sua sugestão é que as fintechs busquem parcerias com os varejistas ou com bancos de médio porte, em um modelo white label.

QR codes

A Matera desenvolveu uma solução de m-payment offline usando QR code dinâmico. A cada pagamento, o consumidor gera em um app no seu smartphone um QR code temporário, que vale apenas para aquela transação. Esse código precisa ser lido por um smartphone ou câmera do estabelecimento comercial. O lojista precisa estar conectado à Internet, para processar a operação, enquanto o smartphone do consumidor pode estar offline. É o contrário de outras soluções de pagamento por QR code, como a do WeChat na China ou a recentemente lançada pelo MercadoPago no Brasil, em que o código serve para identificar o recebedor e é o pagador quem precisa estar online.

Hoje a fintech BePay e o Tribanco são as duas primeiras empresas a adotarem a solução. Há também dois projetos-piloto em andamento com grandes redes varejistas. Atualmente, a solução da Matera soma cerca de 250 mil usuários. A expectativa é de que esse número cresça para algo entre 3 e 4 milhões até o final de 2019, prevê Souza Pinto.

MobiShop

A evolução dos pagamentos móveis e do comércio móvel no Brasil será discutida durante o MobiShop, seminário organizado por Mobile Time que será realizado no dia 10 de setembro, no WTC, em São Paulo. O evento contará com palestras de executivos do alto escalão de empresas e instituições como Banco Central, iFood, Ingresso.com, Mercado Livre, PagSeguro, PayPal, Samsung, Visa, Transire, dentre outras. A programação completa e mais informações estão disponíveis no site www.mobishop.com.br, ou pelo telefone 11-3138-4619, ou pelo email [email protected].

 

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