A chinesa Tencent comprou 5% de participação no Nubank por aproximadamente US$ 200 milhões, informa o site internacional The Information. Isso significa que a fintech brasileira foi avaliada em cerca de US$ 4 bilhões. Em março passado, o Nubank havia sido avaliado em US$ 2 bilhões.

[Atualização] À agência de notícias Reuters, o Nubank informou que o valor exato do investimento da Tencent foi de US$180 milhões, mas não revelou a participação acionária adquirida, o que impede a confirmação do valor de mercado calculado pelo site The Information.

Este é o primeiro investimento da gigante chinesa no Brasil, e tem como objetivo a preparação para o início da concessão de créditos a clientes que deverá acontecer até o fim do ano e, assim, criar sua plataforma financeira, indo além da emissão de cartão de crédito e abertura de contas digitais. A Reuters lembra que, em janeiro, o Nubank conseguiu a aprovação do Banco Central para oferecer empréstimos a seus clientes.

Análise

A Tencent é a dona do WeChat, maior app de mensageria da China, tão popular lá quanto o WhatsApp por aqui. A Tencent chegou a tentar emplacar o WeChat no Brasil em 2013, quando contratou Neymar como garoto propaganda e gastou rios de dinheiro em uma campanha na televisão. Não deu certo.

A aquisição de uma pequena participação no Nubank é uma segunda tentativa de fincar os pés no País. Vale lembrar que o WeChat inclui um meio de pagamento, o WeChat Pay, que usa QR code e faz bastante sucesso na China, onde tem 800 milhões de usuários. No Brasil, várias iniciativas de pagamento por QR code foram lançadas nos últimos meses, com destaque para aquelas da Cielo e do Mercado Livre. O próprio Nubank usa QR code para identificar seus correntistas, o que facilita transferências de valores entre eles.

Muitas vezes a aquisição de uma pequena participação é apenas o primeiro passo para a compra futura do controle. Não raro, há acordos de gaveta prevendo tal movimento, ou dando preferência ao novo sócio em uma venda mais tarde.

Unicórnios brasileiros

As grandes empresas chinesas estão de olho no Brasil. Um dos casos mais recentes aconteceu em janeiro deste ano, quando a Didi comprou o controle da 99, então avaliada em aproximadamente US$ 1 bilhão.

Outro unicórnio brasileiro é a PagSeguro, cuja abertura de capital rendeu cerca de US$ 1,2 bilhão para a UOL, sua controladora.

Mobile Time procurou o Nubank para comentar a notícia, porém, a fintech não retornou até o momento de publicação desta matéria.

 

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