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Com pouco mais de dois meses de operação na cidade de São Paulo, a Yellow (Android, iOS) avalia como “muito boa” a recepção da população paulistana sobre seus serviços de aluguel de bicicletas. Apenas no primeiro mês, a companhia registrou mais de 150 mil corridas, algo que, segundo Luiz Felipe Marques, diretor de comunicação e marketing da firma, foi além do esperado e já supera operações na Europa e em algumas cidades da China.

“Nem nas nossas projeções imaginamos que teríamos tanta adoção em tão curto espaço de tempo. Muitas pessoas experimentaram e voltaram a usar a Yellow. Elas entenderam o sistema e seus benefícios”, disse o executivo em conversa com Mobile Time. “Foi tudo muito positivo. Mas ainda passa por um monte de ajustes”.

Em média, 3 mil bicicletas são disponibilizadas diariamente pelo serviço em São Paulo. Vale lembrar que a Yellow não possui estações para retirar e devolver as bicicletas. Ou seja, os veículos ficam espalhados pela cidade e só são ativados pelo app via QR Code. Mas, segundo o diretor, essa quantidade de bicicletas pode variar com a demanda e com as condições climáticas. Por exemplo, em dias de chuva a empresa coloca uma quantidade menor de veículos nas ruas.

Marques ressalta que o intuito das bicicletas é trabalhar como opção de modal de “última milha”, neste caso, os últimos três quilômetros até o destino final. No caso dos paulistanos, a ideia é apoiar principalmente usuários que se locomovem de um serviço (táxi, carro particular, ônibus ou metrô) até o seu local de trabalho.

O papel de novos modais de última milha foi enfatizado por Sergio Avelleda, ex-secretário de transportes da cidades de São Paulo e atual diretor global de mobilidade urbana do WRI. Durante palestra no Futurecom nesta segunda-feira, 15, em São Paulo, Avalleda ressaltou que a entrada de novos serviços de transporte forçará uma mudança de papel do setor público.

“No futuro, nós acreditamos que as relações com as pessoas vão se modificar. Por exemplo, quem é proprietário de um carro ou bicicleta deixará de tê-lo para usar serviços, como já acontece hoje em alguns casos. Eles passarão a usar mais o metrô com bicicleta ou ônibus com bicicleta”, afirmou Avelleda. “Para o poder público, essa mudança indica que precisamos acordar e nos preparar para mais desafios. Nós precisamos pensar em propor uma mobilidade mais limpa e mais justa. Como colocar os pedágios que Londres utiliza para carros entrarem no centro da cidade”.

Área de cobertura

rea de cobertura da Yellow

Marques, da Yellow, também explicou que o motivo de sua empresa atuar em uma região mais próxima da Rio Pinheiros, que corta da Zona Oeste à Zona Sul da cidade, é pela infraestrutura ideal para as bicicletas, com ciclovias, ciclofaixas e terrenos mais planos. O tema gerou uma polêmica nas mídias sociais pelo fato de a maioria desses bairros serem de classe média ou alta, algo que muitos veem com “elitismo”, mas o gestor rechaça.

“Por mais que estejamos em regiões delimitadas, acho injusto dizer que a Yellow atue apenas em bairros nobres. Essa crítica fica mais vazia quando a gente vê quem utiliza essa bike. Ela é muito democrática. O perfil é de moradores de regiões afastadas que vem para as regiões onde os os empregos estão concentrados. É uma população que necessita. Além disso, a condição geográfica também ajuda. Talvez faça mais sentido atuar em uma região periférica plana, do que em uma região nobre com topografia complicada”.

Expansão

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Sobre outros veículos além da bicicleta, Marques disse que os patinetes elétricos devem chegar neste ano. E, quando perguntado sobre bicicleta elétrica, explicou que também está no radar, porém sem previsão. Em suas próprias palavras, “qualquer solução que ajude o consumidor em curtas distâncias é válida.”

“Temos muito claro que a Yellow tem relação com o conceito de micromobilidade (viagens curtas). Acreditamos em transporte individual, ou no máximo para duas pessoas. A micromobilidade tem seu principal território em distâncias curtas. A cidade já é abastecida em modais de longas distâncias. Nosso foco é no curto. Qualquer modelo (veículo) curto e que tenha micromobilidade, ajuda no nosso desenvolvimento”, explicou o executivo.

Quando questionado sobre o processo de expansão da Yellow para outros bairros e cidades, o diretor de marketing da companhia enfatizou que sempre olham para novas regiões que podem receber as bikes. Dito isso, ressaltou que deve ocorrer expansão na próxima semana para outros bairros, e, se possível, cidades.

 

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