Há cerca de 15 anos, desde que chegaram ao Brasil os primeiros telefones celulares com a tecnologia GSM, a conquista de novos assinantes por parte das operadoras móveis depende da distribuição de SIMcards, pequenos chips que carregam as credenciais de autenticação às redes celulares. Os SIMcards são vendidos nas lojas das operadoras ou em redes varejistas. Há um enorme custo de manutenção dessa rede de revendedores, que precisa ser constantemente abastecida de chips, assim como devidamente remunerada com comissões. Essa estrutura será completamente transformada com o advento do eSIM.

O eSIM, ou embedded SIM, é um SIMcard que vem da fábrica embutido no dispositivo. A ativação de um número de uma operadora é feita remotamente, over the air (OTA). No caso de um smartphone, isso acontece através de um menu de configuração do aparelho. Ao contrário dos SIMcards tradicionais, no eSIM é possível trocar de operadora quantas vezes o cliente quiser, sem precisar abrir o aparelho para mudar o chip.

O primeiro smartphone lançado no mundo com eSIM é o iPhone XS, que chega ao Brasil nesta sexta-feira. Ele é um modelo híbrido: tem entrada para SIMcard tradicional e também tem eSIM. É esperado que outros fabricantes, como Samsung e Huawei, lancem smartphones com eSIM em 2019. Inicialmente devem ser modelos híbridos, mas a tendência para o futuro é de que o eSIM substitua completamente o SIMcard tradicional.

Com o eSIM, o consumidor poderá comprar o aparelho em um varejista e ativar depois, em casa, a operadora de sua preferência. “A introdução do eSIM vai forçar as operadoras a reverem seus processos de vendas”, comenta Alfredo Werner, diretor de desenvolvimento de negócios da Idemia, uma das fornecedoras de soluções de provisionamento de eSIMs. Ele aposta que as operadoras vão divulgar QR codes dentro das lojas de aparelhos para a ativação das linhas. Ao escanear o código, o consumidor será levado para o menu de contratação do serviço da operadora via eSIM.

Ao mesmo tempo, a ativação remota obrigará as operadoras a digitalizarem o recebimento da documentação do cliente. Tal como fazem os apps de alguns bancos digitais, as operadoras receberão via smartphone a foto do documento de identidade do novo usuário. Eventualmente, pode ter até uma verificação biométrica, prevê Werner.

Além dos smartphones, o eSIM poderá vir também em tablets e em laptops, o que representará um novo mercado para a venda de conectividade móvel pelas teles, comenta André Mattos, diretor comercial da Gemalto, outra fornecedora de soluções para eSIM.

Operadoras

Antes de mais nada, para trabalhar com eSIM, as operadoras precisam fazer alguns investimentos. A primeira tarefa é implementar uma plataforma de gerenciamento de assinaturas via eSIM. Esse sistema precisa ser integrado com o BSS e o OSS da operadora. É preciso ter também um sistema de “entitlement”, capaz de trabalhar com as configurações de cada fabricante de smarphone. É recomendado ainda ter um orquestrador, para facilitar integrações futuras da plataforma.

No Brasil, a Claro é a primeira a implementar uma plataforma de eSIM. É esperado que as demais façam o mesmo ao longo dos próximos meses. A Vivo, por sua vez, informou que “já está trabalhando para oferecer a funcionalidade do e-SIM para seus clientes”.

Mobi-ID

O gerenciamento de identidades de usuários e os variados processos de autenticação serão debatidos no seminário Mobi-ID, no dia 26 de novembro, no WTC, em São Paulo. Entre os palestrantes confirmados estão Ruben Longobuco, CSO da Vivo; Glória Guimarães, diretora-presidente do Serpro; Nycholas Szucko, diretor de cibersegurança da Microsoft para o sul da América Latina; Marcela Miranda, CEO da Trigg, Igor Régis Simões, gerente executivo de TI do Banco do Brasil; Paulo Correia, gerente de pesquisa e inovação do Bradesco; dentre outros. Mais informações sobre a agenda e venda de ingressos estão disponíveis em www.mobi-id.com.br, ou pelo email [email protected], ou pelo telefone 11-3138-4619.

 

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