O Facebook encomendou uma avaliação independente sobre os impactos da rede social em Mianmar. A mídia social foi acusada de ser um meio de incitação à violência e fomentar a divisão do país. A Business for Social Responsibility (BSR) concluiu em seu relatório que a empresa norte-americana não fez o suficiente para ajudar a impedir que a plataforma servisse de palanque para o fomento do racha no país e da violência offline contra os Rohingya, grupo minoritário muçulmano. O gerente de política de produtos Alex Warofka admitiu a falha no blog da rede social na última segunda-feira, 5.
A BSR deu uma longa lista de recomendações para o Facebook implementar. Em seu relatório de 60 páginas, a organização sem fins lucrativos que assessora empresas em questões como mudança climática e direitos humanos, advertiu que as eleições parlamentares de Mianmar em 2020 “provavelmente serão um ponto de partida para o discurso de ódio, assédio, desinformação, incitação à violência e outras ações destinadas a minar o processo político”.
A BSR também examinou o complexo contexto social e político em Mianmar, que inclui uma população que entra rapidamente na rede, e possui uma estrutura legal que não reflete os princípios universais dos direitos humanos, além da tensão cultural, religiosa e étnica. Neste ambiente, o relatório explica, o Facebook sozinho não poderia trazer as amplas mudanças necessárias para abordar a situação dos direitos humanos em Mianmar.
O relatório elaborado também reconhece que neste ano o Facebook tomou as medidas corretivas, depois de investimentos realizados em pessoas, tecnologia e parcerias para examinar e abordar o abuso da rede social em Mianmar.