Um novo tipo de malware está surgindo na indústria móvel. Trata-se do “cryptojacking”, que consiste em um código malicioso que se aproveita do poder computacional do smartphone para realizar a mineração de criptomoedas para terceiros, sem que o dono do aparelho perceba.

“Até bem pouco tempo, o alvo principal desse tipo de exploração eram computadores corporativos ou residenciais. Agora existem muitos dispositvos móveis conectados com alto poder de processamento e ligados 24 horas por dia”, explica Jeferson Propheta, diretor geral da McAffee no Brasil.

Relatório recente publicado elo McAffee Labs alerta para o rápido crescimento desse tipo de ameaça. No quarto trimestre do ano passado, o laboratório da empresa de segurança havia capturado algumas poucas centenas de milhares de amostras desse tipo de malware, somando computadores e dispositivos móveis. No primeiro trimestre deste ano, houve um salto: 2,5 milhões de novas amostras coletadas. E no segundo trimestre, mais 2,5 milhões também de novas amostras. A empresa informa que a maioria ainda é para computadores, mas a tendência é de crescimento de cryptojacking em dispositivos móveis, aproveitando o aumento no poder de processamento dos telefones.

O malware para mineração de criptomoedas pode vir disfarçado de um jogo para smartphone, por exemplo, diz Propheta.

Ao mesmo tempo em que os smartphones ficam mais poderosos em processamento, as criptomoedas começam a demandar menos capacidade para sua mineração. É o caso da Monero, cuja mineração pode ser feita não apenas por CPUs, mas por processadores gráficos, os GPUs. Com isso, o trabalho de mineração, que antes requeria computadores corporativos, agora se populariza entre computadores residenciais e smartphones, diz o executivo da McAffee.

Outros dados

No segundo trimestre, a McAffee coletou cerca de 2,4 milhões de amostras de novos malwares móveis. A América do Sul é a região com o maior índice de infecção por malwares móveis (14%), à frente de África (13%), Ásia (13%), América do Norte (8%), Austrália (7%) e Europa (6%).

 

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