A Widow Games, cofundada em 2012 pelo argentino Martin Spinetto, nasceu com o objetivo de transportar para o universo digital os jogos de tabuleiro. Eles são responsáveis pelas versões em app de clássicos como Jogo da Vida, Genius e Lig4, por exemplo. Mas a principal aposta é uma versão remodelada do clássico da Estrela de venda e compra de imóveis. O Banco Imobiliário GEO (Android, iOS), ou B.I.G., recebeu uma nova roupagem com geolocalização e realidade aumentada fazendo a diferença em sua jogabilidade, proporcionando aos jogadores uma nova experiência.
O sistema funciona como o jogo de referência desse estilo, o Pokémon Go. Com o app ativo, e os jogadores circulando pela cidade, eles são capazes de reconhecer suas propriedades na tela do smartphone, vendê-las, alugá-las ou comprar outros imóveis. E mais: caso um jogador viaje, ele poderá adquirir estabelecimentos nesse novo lugar. Ali, ele constrói uma espécie de portal para, quando voltar à cidade onde mora, ser capaz de fazer transações em sua filial, mesmo geograficamente longe.
“Para nós da Widow Games, os jogos físicos têm uma relação emocional e social muito fortes com quem joga, o que é muito importante. A ideia, aqui, era pegar o melhor da tecnologia móvel para criar uma experiência totalmente diferente”, conta o CEO da Widow Games Martín Spinetto.
A empresa argentina começou a desenvolver o B.I.G. há cerca de um ano e meio. E, para isso, conta com parcerias importantes. A primeira delas é a conexão em tempo real com a plataforma Foursquare. É por isso que o jogo conta com informações atualizadas de milhões de lojas, escritórios, hospitais, etc., em todo o mundo.
Spinetto destaca também o uso de tecnologias capazes de administrar a grande quantidade de informações que o jogo possui, como o banco de dados e a Azure, plataforma de serviços de computação em nuvem da Microsoft. “São informações detalhadas das lojas, a valoração dos estabelecimentos, quem é dono do que, quem está comprando, quem vende, detalhes dos mais de 100 leilões atuais. E as análises dessas informações são em milissegundos”, explica.
O B.I.G. conta ainda com uma parceria com o banco Santander. Para as próximas versões, a instituição financeira oferecerá créditos imobiliários dentro do jogo para que as pessoas possam comprar mais propriedades. A ideia é educar financeiramente o público. Os créditos vão funcionar como na realidade. “Obviamente o tempo no jogo será diferente do real, já que os créditos são pagos em 10 anos ou até mais. Adoraria ter pessoas jogando o B.I.G. nesse tempo todo, mas temos que nos adaptar”, brinca o CEO da Widow Games.
Além do uso de realidade aumentada e geolocalização, o B.I.G. possui uma outra diferença primordial da sua versão em tabuleiro: o jogador não vai nunca falir na versão app. O jogo analisa o lucro do usuário, quanto ele tem de dinheiro, e faz uma oferta de crédito imobiliário. Se não tem dinheiro, não pode comprar.
O jogo é baixado gratuitamente. Ele usa o modelo freemium e, como forma de monetizar o app, é possível comprar produtos dentro dele. Outra forma que a desenvolvedora escolheu para monetizar é por meio de publicidade: para ter mais moedas do jogo, o jogador assiste a um vídeo de propaganda.
O game está em versão beta na Google Play e conta com 700 usuários ativos diários. Seu lançamento oficial, tanto em Android como iOS, está previsto para 17 de janeiro.
Essa não é a primeira versão do Banco Imobiliário GEO. A Estrela, em 2012, lançou uma primeira versão do B.I.G. como peça de marketing para promover o jogo de tabuleiro. Seis meses depois, o jogo foi retirado das lojas de aplicativos, aparentemente por cumprir sua missão e promover a versão física, original, do jogo. A nova versão do B.I.G. tem a mesma mecânica de jogo que a anterior, de 2012. Porém, a atual versão possui diferenciais como os leilões em tempo real e minijogos de Realidade Aumentada.