TIM e Vivo informaram a Mobile Time que pretendem lançar serviços de mensageria com a tecnologia RCS (Rich Communication Services) ainda neste ano, mas não definiram o fornecedor por enquanto. A Claro deve seguir o mesmo caminho, pois o RCS foi adotado pela Telcel, operadora mexicana que pertence ao mesmo grupo. O presidente da Nextel, Roberto Rittes, declarou a este noticiário, no fim do ano passado, também ter interesse na tecnologia. No Brasil, a única operadora com RCS em funcionamento atualmente é a Oi, que lançou há poucas semanas e optou pela plataforma na nuvem fornecida pelo Google. Se todas as grandes teles implementarem RCS, o País pode se tornar um case mundial dessa tecnologia, que tem potencial para transformar o mercado de mensageria móvel na comunicação entre marcas e consumidores, tornando-se um rival ao recém-chegado WhatsApp Business.

O RCS é uma tecnologia de mensageria multimídia desenvolvida para ser implementada nas redes das operadoras de telefonia móvel, usando um padrão internacional. Com ela, a experiência do usuário se assemelha àquela dos apps de comunicação instantânea over the top (OTT), como WhatsApp, Telegram e afins, pois permite a troca de fotos, vídeos e áudios, assim como ver se a outra pessoa está digitando e saber se uma mensagem foi recebida e lida. Na prática, para o usuário final e para empresas que hoje enviam notificações por SMS, é como se fosse uma evolução das plataformas atuais de SMS e MMS. Estas, porém, seguirão operando, para atender os assinantes que não tiverem celulares compatíveis, assim como para receber mensagens de texto enviadas por usuários de teles sem RCS.

“Com RCS podemos ter um nível de interatividade muito maior e mais completo do que com SMS. Para um canal de atendimento é fantástico. A gente pode compartilhar muito mais informações e detalhes mais ricos e de maneira mais amigável para o cliente. Além disso, em publicidade abre-se caminho para novos modelos de comunicação”, avalia Rodrigo Gruner, diretor de serviços digitais e inovação da Vivo.

A escolha do fornecedor de RCS, no caso da Vivo, está acontecendo de maneira global, pelo grupo Telefônica como um todo. Um dos pontos em discussão é justamente se seria melhor uma plataforma na nuvem, como a oferecida pelo Google, ou instalada nos sistemas da operadora. “Em 2019 vamos lançar o serviço, este é o plano. Só não podemos divulgar a data. Tem uma série de questões técnicas e comerciais que envolvem o lançamento do serviço. É neste ponto que estamos agora”, disse Gruner.

A TIM, por sua vez, encaminhou o seguinte comunicado sobre o tema: “Em linha com o mercado, a TIM está avaliando parceiros para lançar o RCS (Rich Communications Service) ao longo deste ano. A tecnologia permite – além da interação por mensagens de texto instantâneas, compartilhamento de fotos, documentos, áudios e vídeos – realizar transações bancárias, por exemplo. O RCS é similar a um aplicativo de chat e funciona com conexão à internet via Wi-Fi ou redes móveis.” 

O fato de ser um padrão internacional viabiliza a interoperabilidade do RCS, ou seja, a comunicação entre assinantes de diferentes operadoras, como acontece hoje com o SMS, por exemplo. Porém, é necessário que as operadoras instalem a plataforma. Rafael Pellon, advogado especializado em direito digital e sócio do escritório FAS Advogados, acredita que se pelo menos duas grandes teles brasileiras lançarem a tecnologia, as demais se sentirão compelidas a fazer o mesmo. “O problema é se apenas uma adotar”, comenta.

 

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