A Apple registrou uma queda de 15% na receita com vendas de iPhones no mundo durante o quarto trimestre do ano passado (equivalente ao primeiro trimestre do ano fiscal da empresa). O faturamento mundial com seus smartphones caiu de US$ 61,1 bilhões para US$ 52 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2017. Pela primeira vez, a Apple não divulgou em seu balanço financeiro a quantidade de iPhones vendidos. Informou apenas que os modelos mais comercializados foram o XR, XS Max e XS, nesta ordem.

Em teleconferência com analistas, o CEO da companhia, Tim Cook, apontou três motivos para o mau desempenho em smartphones: 1) a variação cambial do Dólar, que subiu em muitos países, especialmente nos emergentes, o que tornou os novos iPhones muito caros; 2) a redução do subsídios em mercados importantes para a Apple, como o Japão; 3) o lançamento do programa de troca de bateria de iPhones, o que alongou o ciclo de vida dos aparelhos antigos, diminuindo a procura por novos.

“A diferença de preço nos EUA foi pequena (na comparação com os iPhones lançados um ano antes). A variação cambial amplificou essa diferença no resto do mundo, particularmente nos mercados emergentes. Na Turquia, por exemplo, a Lira se desvalorizou 33% em relação ao Dólar”, comentou Cook, reconhecendo que o preço alto decorrente do câmbio foi um fator determinante para a queda nas vendas. E prosseguiu: “No Japão, uma nova regulação local restringiu os subsídios a smartphones. Por conta disso, a proporção de iPhones vendidos com subsídio no Japão caiu de 75% para 50%. Por fim, o programa de troca de baterias ajudou as pessoas a ficarem mais tempo com seus iPhones.”

Por outro lado, a base instalada de aparelhos da Apple segue crescendo e atingiu o recorde de 1,4 bilhão ao fim do ano passado, sendo 900 milhões de iPhones. A empresa promete passar a divulgar a base instalada daqui em diante.

Balanço consolidado

Enquanto a receita com iPhones caiu 15%, os demais segmentos cresceram juntos 19%. Com isso, a receita líquida total da Apple, que é bastante dependente dos iPhones, diminuiu apenas 5%, na comparação anual entre os trimestres, baixando de US$ 88,3 bilhões para US$ 84,3 bilhões.

O faturamento com iPads subiu de US$ 5,8 bilhões para US$ 6,7 bilhões. Com wearables, produtos residenciais e acessórios, cresceu de US$ 5,5 bilhões para US$ 7,3 bilhões. Com Macs, passou de US$ 6,8 bilhões para US$ 7,4 bilhões. Por fim, a receita com serviços aumentou de US$ 9,1 bilhões para US$ 10,9 bilhões. A empresa destacou o crescimento de mais de 100% no volume de transações com Apple Pay no mundo em um ano, atingindo 1,8 bilhão no quarto trimestre do ano passado.

Quando analisado o balanço da Apple por região, houve diminuição da receita na Europa, no Japão e, principalmente, na China, onde teve sua maior queda, baixando de US$ 18 bilhões para US$ 13,2 bilhões. Nas Américas e no resto da Ásia/Pacífico houve aumento de receita, mas pequeno.

O lucro líquido da Apple ficou praticamente estável, na comparação com o mesmo período de 2017, baixando de US$ 20,1 bilhões para US$ 20 bilhões.

 

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