A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) quer definir princípios éticos para o desenvolvimento de inteligência artificial que deverão ser seguidos pelos seus membros. Com esse objetivo, foi constituído um grupo de trabalho multidisciplinar com diversos especialistas. Suas conclusões serão levadas às próximas reuniões do G7 e do G20 este ano, informou o secretário geral da OCDE, Ángel Gurría, durante palestra no Mobile World Congress, em Barcelona, nesta segunda-feira, 25.
“É preciso que haja regras para esse jogo. E queremos defini-las, ou pelo menos contribuir para a sua definição”, disse Gurría. Em seguida, justificou: “Trazer os valores humanos para o coração da inteligência artificial é um dos desafios dos nossos dias. Este é o momento certo, por causa da rápida digitalização da nossa sociedade”.
A OCDE não é a única entidade internacional trabalhando no assunto. A Unesco e a Comissão Europeia também montaram seus próprios grupos de conselheiros para definir princípios para a inteligência artificial. Uma das maiores preocupações é de que os robôs reproduzam preconceitos dos humanos. “Temos que evitar a automatização da discriminação, especialmente em decisões de grande impacto na vida das pessoas, como a a aprovação de um empréstimo, ou um julgamento criminal, ou uma entrevista de emprego, por exemplo”, comentou Gurría.
“No fim das contas, a inteligência artificial vai refletir os valores de seus criadores”, resumiu Mark Foster, vice-presidente sênior da IBM, presente no mesmo painel.
A OCDE possui 34 membros, dos quais apenas dois são da América Latina: Chile e México.