O aperfeiçoamento do processo de registro de clientes nos bancos de dados das operadoras móveis, com a adição, por exemplo, de dados biométricos, como a impressão digital e o reconhecimento facial, pode gerar dois benefícios para as teles. O primeiro, mais imediato e óbvio, é a redução de fraudes por uso de identidade falsa, problema muito comum na América Latina. O segundo, no futuro, é aproveitar a qualidade desse banco de dados para prestar o serviço de verificação de identidade a outros setores, como o bancário. É o que vislumbra a vice-presidente da linha de negócios em soluções digitais da Idemia, Ea Chaillioux.
“As teles têm um ativo importante, que é o banco de dados sobre seus clientes. Esse banco de dados pode ser melhorado, adicionando biometria. Ao reforçar a identificação dos seus assinantes, as teles poderão atuar em uma nova área, como provedoras de identidade. Poderiam oferecer, por exemplo, um serviço de double check para bancos que desejem verificar a identidade de alguém no ato de abertura de uma conta”, disse a executiva, em entrevista para Mobile Time, durante o MWC19, em Barcelona, nesta semana.
A Idemia oferece para governos e operadoras uma série de serviços de identificação e autenticação digitais. No caso das teles, está ganhando força o uso de reconhecimento facial no ato de compra de uma nova linha, comparando a foto do documento de identidade com uma foto do usuário tirada naquele momento pelo funcionário da loja. Também tem crescido a demanda por captura da impressão digital durante a venda de uma linha. Três operadoras na América Latina, incluindo os dois maiores grupos que dominam a região, já estão utilizando soluções desse tipo providas pela Idemia para o registro de novos assinantes.
Diego Cecchinato, vice-presidente da unidade de negócios de operadoras móveis na América Latina da Idemia, conta que a região é uma das maiores demandantes por tais soluções, por conta do problema da fraude de subscrição. “Existe um grande mercado clandestino de identidades falsas que gera um impacto significativo no lucro das operadoras. Falsários conseguem linhas pós-pagas e até aparelhos subsidiados e depois não pagam as contas”, relata.
Em alguns casos, a verificação da identidade é uma exigência legal. No Peru, por exemplo, as operadoras são obrigadas a capturar a impressão digital para cada nova linha vendida, seja pré-paga ou pós-paga. A exigência, que está em vigor há dois anos, conseguiu reduzir também o problema de ligações anônimas.
Mobi-ID
Mobile Time realizará em 25 de novembro a segunda edição do Mobi-ID, seminário dedicado ao mercado de identificação e autenticação digitais. Mais informações sobre o evento e sobre compra antecipada de ingressos com desconto estão disponíveis em www.mobi-id.com.br, ou pelo email [email protected], ou pelo telefone 11-3138-4619.