Os smartphones já estão no dia a dia das crianças. De acordo com pesquisa do Panorama Mobile Time/Opinion Box, 85% das crianças brasileiras de 0 a 12 anos, filhos de pais internautas, têm acesso a smartphones, sejam aparelhos próprios ou emprestados dos responsáveis. Por outro lado, 50% dos pais acham que seus filhos usam o smartphone mais do que deveriam.
Neste cenário, como deve ser o papel dos responsáveis? Qual o limite da proteção? Precisam monitorar tudo o que filho vê? Devem bloquear acesso a apps e redes sociais de uma filha?
Dentro deste universo, a empreendedora Luiza Mendonça criou um aplicativo para controle parental, o AppGuardian (Android, iOS), que tenta se consolidar no mercado brasileiro. Em conversa com Mobile Time, ela explicou que a criação da ferramenta surgiu de uma necessidade sua, como mãe, que não encontrou uma aplicação fácil para acompanhar o cotidiano de suas crianças no mundo digital.
“Tenho uma filha de 13 anos e um caçula de 2 anos. Eu tive que dar um celular para ela. E aí vem aquela angústia: bloqueia apps e rede social ou não? Procurei um app no mercado e dicas que ajudassem, e não encontrei nada que fosse fácil e pudesse personalizar. Foi daí que veio a ideia de criar o aplicativo”, relembrou a empreendedora.
E completou: “Eu e meus sócios começamos a pilotar as primeiras versões em 2017 com um app de Navegação Segura (Android) e depois com o app controle parental. O app de controle foi lançado em 2018. Tem algumas opções no mercado, mas não tinha experiência, orientação e nem suporte em português. Chegamos em um modelo mais intuitivo”.
Como funciona
O app foi desenvolvido para pais acompanharem filhos que estão na terceira infância, dos 7 aos 14 anos. Ele tem versão para pais e filhos, sendo que o AppGuardian dos pais está no Android e iOS e o aplicativo dos filhos só no Android, mas chegará no fim do semestre ao iOS. Os pais podem ver quais aplicativos estão instalados no celular dos filhos, bloquear uso por horário, colocar limite de tempo na tela, bloquear Wi-Fi e Bluetooth, e bloquear apps em geral.
Mendonça explica ainda que o app todo está em português e que o suporte é feito por ela e sua equipe, inclusive nas mídias sociais. Ela frisa que esse foi um dos percalços que encontrou ao procurar uma solução de controle parental mobile: a maioria dos apps era em inglês, não era intuitivo e o suporte pouco ajudava.
Modelo de negócios
De acordo com Mendonça, o app tem versões gratuita e paga. Na versão paga são adicionadas as seguintes funções: limite de tempo, tempo em família, localização (acessa a localização do seu filho em tempo real), notificação de aplicativos instalados, relatório de uso, bloqueio de aplicativos e chat interno.
Com essas funções, os pais podem estipular hora de dormir, período para fazer a lição, hora de conversa em família (ou jantar) e bloquear funções durante a escola. Além disso, o app mostra relatórios de tempo de uso e rotina, com os apps mais usados pela criança durante um mês. Os planos começam em R$ 9,99 e os valores podem variar de acordo com a quantidade de dispositivos gerenciados.
Sem revelar quantos assinantes têm hoje, Mendonça enfatizou que a meta de sua startup é agressiva, e pretende chegar aos 20 mil assinantes até o final deste ano. Ressaltou que, para o futuro, ainda pretende adicionar uma opção de bloqueio para dados móveis nos celulares infantis e quer implementar o pagamento da assinatura via Google Play. Atualmente, os pagamentos do AppGuardian podem ser feitos por boleto, cartão de crédito ou direto pela App Store.
Futuro
Com outros três sócios, a empresa de Mendonça mira expansão internacional para 2020, como foco na América Latina. Antes disso, quer consolidar o AppGuardian como principal app de controle parental no Brasil. Para isso, novas funções e produtos estão no horizonte da empresa, que acumula 30 mil downloads de seu app.