A fintech do Santander, PI (Android, iOS), nasceu no celular. E é provável que no celular ficará. A plataforma de investimentos voltada para o consumidor final levou nove meses para sair do papel e, segundo seu CEO, Felipe Bottino, ainda não há previsão de quando ganhará uma versão desktop. “Ainda não temos certeza se teremos”, disse em entrevista para Mobile Time. A expectativa é de que a PI tenha 1 milhão de correntistas dentro de três ou quatro anos.

Ainda de acordo com Bottino, embora o aplicativo tenha sido desenvolvido para ter um consumo de dados bem reduzido e eficiente, de modo a não impactar muito no plano do cliente, a fintech não descarta a possibilidade de parceria com operadoras para que o app não consuma os dados. “Não desconsideramos essa hipótese”, disse.

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Felipe Bottino, CEO da Pi

A plataforma aberta de investimentos conta, atualmente, com 75 funcionários divididos em times multidisciplinares que trabalham no modelo de squads. Seu foco é o consumidor final e, para isso, deverá, em breve (ainda sem data), ampliar as ofertas de investimentos. No momento, a PI conta com produtos de renda fixa (LCI, LCA, CDB, LC). Nos próximos meses, além das carteiras, a fintech deverá oferecer outros fundos de investimento, títulos do Tesouro Direto e produtos de renda variável. E, num outro momento, carteiras de investimentos.

“Queremos inaugurar um novo momento no mercado: o da desintermediação, que oferece liberdade de escolha dos produtos de forma simples, acessível e transparente; e democratização, que dá acesso a carteiras de investimento que antes eram só para quem tem muito dinheiro. Assim como a constante matemática, que simplifica cálculos e define referências, queremos facilitar a vida de quem quer investir em um ambiente seguro e simples”.

Público

A PI pretende agregar todos os tipos de clientes. Dos neófitos a quem está no topo da pirâmide, passando por aquele que colocava seu dinheiro na poupança numa grande instituição financeira.

“A PI está disponível para todos. Temos ofertas e produtos que se adaptam para todo tipo e perfil de investidor. Um dos nossos grandes diferenciais está no foco de investimento para o varejo, ou seja, para pessoas que hoje investem na poupança, em grandes bancos, geralmente, em produtos de pouca rentabilidade. Para esse perfil de investidor temos produtos a partir de R$ 50 reais e, futuramente, teremos carteiras de investimentos prontas – que antes eram disponíveis só para quem tem muito dinheiro e agora se tornam acessíveis”, explica Bottino.

Independente e concorrente

Para Bottino, o mercado brasileiro teve um boom de plataformas digitais. “Algo que lembra a febre de paletas mexicanas e temakerias, a maioria absoluta com foco na venda de produtos e busca por diferenciação em preços. A PI, entretanto, tem uma proposta totalmente inovadora. Não vendemos produtos, mas sim soluções financeiras para facilitar os nossos clientes a atingirem seus objetivos. Somos a primeira corretora idealizada com foco no cliente e não em assessores de investimento, por isso temos o foco obsessivo em transparência e simplicidade”, resume.

As diferentes opões para públicos tão distintos faz da PI uma concorrente direta ao banco que a geriu, o Santander. Mas isso não parece ser uma preocupação das instituições. Bottino afirma que a PI é independente. “Apesar de a plataforma nascer da união do melhor de dois mundos – a robustez de uma grande instituição financeira com a agilidade e a inovação de uma fintech – a estrutura administrativa e operacional é completamente independente. A estratégia do Santander só faz sentido se tivermos plena autonomia em nossa oferta para os clientes. Do contrário, seríamos mais do mesmo”, explica.

Com a independência, a PI pode distribuir produtos de diversos bancos, e, com isso, ampliar as ofertas para os investidores, sejam eles correntistas do Santander ou não. “Acreditamos que, com a Pi atuando de forma independente, o Santander dará um passo à frente de todos os demais players no mercado de investimentos. As instituições concorrerão entre si e não há problema algum nisso”, diz.

 

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