Pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram um método para transmitir radiofrequência por meio de um semicondutor laser. Trata-se de um avanço, uma vez que lasers convencionais só conseguem emitir uma frequência de luz, e com implicações reais. Segundo o estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o desenvolvimento da tecnologia poderá permitir que lasers transmitam micro-ondas, modulando e recebendo sinais de radiofrequência externos. Na prática, serviria como uma conectividade Wi-Fi de ultra capacidade.
“Aqui, propomos integrar o laser, detector e antena em um mesmo dispositivo. Mostramos que, além de gerar micro-ondas, um laser apropriadamente construído pode emitir micro-ondas sem fio e modulá-los com um sinal contendo informação. Isso abre as portas para um tipo de dispositivo híbrido elétrico-fotônico”, dizem os pesquisadores na justificativa do projeto na PNAS. Com o aumento do tráfego de dados, afirmam, há necessidade para novas tecnologias capazes de operação de alta frequência para transferência de dados de alta velocidade.
O experimento comprova a possibilidade de utilizar um semicondutor laser para transmitir a radiofrequência ao explorar um aspecto de oscilação da antena dipolo, além de usar uma modulação direta para codificar o sinal na portadora. “Estes resultados abrem caminho para aplicações e funcionalidades de pentes de frequência ótica, como comunicação de rádio móvel e sincronização sem fio para uma fonte de referência”, dizem os pesquisadores.
Conforme o site Engadget, o laboratório de Havard já havia conseguido utilizar pentes de frequência infravermelha em lasers para gerar comprimento de ondas de terahertz a uma velocidade “centenas de vezes” mais rápida do que serviços móveis tradicionais. Com a nova técnica, utilizam uma antena em formato de orelha de coelho que pode receber e decodificar a informação transmitida pelo laser. A primeira coisa que enviaram foi a música “Volare”, cantada pelo Dean Martin. O site lembra ainda que lasers têm se mostrado como uma opção viável para transmissão de dados, com experimentos feitos por empresas como Facebook e Google para oferecer conexão em regiões remotas.