Um dos novos filões para as operadoras com o 5G é a oferta de conectividade para a chamada indústria 4.0. A ideia é que robôs em fábricas, portos e mineradoras utilizem a rede de quinta geração para serem controlados remotamente. Contudo, isso implica na necessidade de maiores cuidados com a segurança no tráfego de dados. O tema é acompanhado de perto pelos membros do IEEE, que elaboraram um padrão chamado P7000 que define, por exemplo, diretrizes básicas do ponto de vista ético que devem nortear a criação de robôs industriais desde o seu design inicial.

“Antes de mais nada, é preciso lembrar que a tecnologia não é neutra. A máquina interage com o ser humano e com o ambiente. É importante haver padrões para melhorar os robôs”, comenta Wilson Cardoso, membro do IEEE, referindo-se ao padrão P7000, que ele descreve como um guarda-chuva básico para diversos outros padrões relacionados à construção de robôs industriais. E complementa: “Enquanto os robôs estão conectados por fio, eles são menos vulneráveis, pois muitas vezes estão confinados em redes fechadas. Com a indústria 4.0, para ganharem produtividade, os robôs começam a ser expostos”.

O 5G possui uma série de parametrizações que garantem a segurança no tráfego de dados, mas, para garantir a segurança de robôs industriais, é necessário pensar em pelo menos quatro camadas, diz Cardoso. A primeira é a segurança dos processos e procedimentos. A segunda é a segurança da conectividade em si, ou seja, da rede sem fio que for adotada. A terceira é a segurança da aplicação. E, por fim, ele recomenda uma quarta camada, mais holística, que analise toda a operação e identifique anomalias que possam indicar uma invasão. “Se um sensor que faz uma medição por dia com 10 bytes de repente começa a mandar 11 bytes, isso pode significar uma falha ou uma invasão”, exemplifica.

No caso do 5G, Cardoso lembra que o uso de ondas milimétricas garante um pouco mais de segurança do que redes WiFi por conta do raio de cobertura menor. Além disso, a baixa latência do 5G é fundamental para acionar botões de pânico em fábricas, interrompendo imediatamente uma linha de produção, por exemplo.

Verticais

Dentre as verticais que demonstram maior interesse por soluções de conectividade e automação da indústria 4.0, Cardoso cita as de mineração, logística portuária e indústria de precisão. Ter caminhões de minério e guindastes em portos controlados remotamente via 5G, ou até operando de forma autônoma, aumenta a produtividade e garante mais segurança para os operários. No caso da indústria de precisão, até o torque na hora de botar um parafuso pode ser medido e configurado remotamente e de maneira exata.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!