Existem 550 fintechs no Brasil, informa o estudo Fintech Mining Report 2019, realizado pela Distrito, uma holding de negócios voltados à inovação. Dessas, 231 surgiram entre 2016 e 2018. 114, ou 20,73%, estão enquadradas na categoria meios de pagamento e outras 85, ou 15,46%, em crédito. Já na divisão geográfica, o Sudeste comporta a maior quantidade de startups do meio financeiro, com 74,5%. O Sul vem em segundo, com 17,9%, seguido pelo Nordeste (4,7%), Centro-Oeste (2,2%) e Norte (0,7%).

“Acreditamos que o número de fintechs deve crescer no País. Em nossa opinião tem muita coisa para acontecer ainda e esse número deve aumentar de 20% a 30% ao ano. O mercado bancário é concentrado e gera ineficiência. Mas também gera diversas oportunidades de surgimento de novos players”, explicou Gustavo Gierun, cofundador do Distrito.

Categorias

divisao por segmento

Além das 114 fintechs da categoria meios de pagamento – que inclui automação de processos de boletos e cobranças, facilitação de pagamento via mobile e soluções de pagamento no ponto de venda, como maquininhas de cartão –, o relatório identificou 85 empresas no setor de crédito, outras 66 em backoffice, 51 em risco e compliance e 43 em criptomoedas, entre outras categorias.

B2B

Mais da metade, ou 54,4%, são focadas no B2B, porém, esse número aumenta se considerarmos que 15,3% atuam tanto no B2B quanto no B2C. Já 30,3% atuam somente no B2C. Segundo Gierum, os números podem ser explicados pelo fato de que o início em B2B é mais simples e mais fácil para uma startup. “Construir um business que atinja o consumidor final exige muito dinheiro. É mais fácil nessa primeira etapa de crescimento começar atuando B2B”.

Número de funcionários

A maior parte das empresas contam apenas com um a cinco funcionários (34.1%) e 32,9% possuem de seis a 20 pessoas na equipe. Apenas 10,2% têm mais de 100 funcionários. São as empresas de cartões que possuem a maior média de colaboradores (117), seguida por serviços digitais (101) e meios de pagamento (97).

Idade e gênero

34,8% das fintechs foram fundadas por sócios entre 36 e 45 anos. Trata-se de faixa etária com maior participação. Em seguida, quase empatada, está a faixa de 26 a 35 anos, que responde por 34,5% do total. E em 17,3% das fintechs os fundadores possuem de 46 a 55 anos. Apenas 3,3% têm até 25 anos. 7,3% têm de 56 a 65 anos e 2,6%, acima de 66 anos.

Há uma hegemonia masculina. 88% das empresas foram fundadas por homens, sendo apenas 12% fundadas por mulheres. “Precisamos incentivar a entrada das mulheres nesse mercado. Nós da Distrito incentivamos muito a diversidade e sempre criamos eventos de modo a oferecer oportunidades para que não apenas o público feminino, mas também de minorias possam empreender no setor”.

Unicórnios e os destaques

Para destacar as superfintechs e as que o mercado deve ficar de olho, a Distrito desenvolveu um algoritmo para detectar essas startups de acordo com os seguintes critérios: tamanho do mercado em que atuam, número de funcionários, rodadas de captação, faturamento presumido e qualificação de seus fundadores. 14 nomes se destacaram nesse estudo. Entre elas, estão as duas unicórnios brasileiras, Nubank e Stone, além de Certisign, Clearsale, Conductor, Conta Azul, Contabilizei, Creditas, Ebanx, Geru, GuiaBolso, Neon, Pravaler, Recargapay, Trigg, Weel e Zoop.

Já na categoria “fique de olho”, o estudo Fintech Mining Report 2019 destacou os seguintes nomes: Warren, Rebel, Olivia, Neurotech, FinanZero, Omie, 4all, Iugu, Magnetis, Concil, Asaas, Vindi, Finpass, BomPraCrédito, Koin, Idwall, Avante, Acesso e Biz.

Metodologia

As startups foram encontradas a partir de uma pesquisa da Distrito dentro e fora do seu banco de dados. O levantamento foi realizado pela equipe do hub de inovação e seguiu os seguintes critérios: a fintech tinha que ser brasileira; estar em atividade no momento da realização do estudo, medido pelo status do site e atividade em redes sociais; possuir base tecnológica proprietária; atuar no setor de fintech.

 

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